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0 Fazendo as pazes com meu passado

domingo, 12 de agosto de 2012
Palavra Adiada

Eu sempre quero lhe dizer a palavra certa
ou quem sabe, a que você mais espera,
no entanto ela fica presa e represa
e mais uma vez protelo o instante.

O que houve entre nós não foi um equívoco,
foi a moenda dos dias moendo o remôo da mó
que moía o nosso macerado trigo de cada dia,
esmagando nossos dois grãos exaustos da moagem.

E vendo seus gestos de remissão e esforço,
eu quero perdoar, mas não sei se posso,
porque antes de nada foi feito para preservar
dentro de mim o incenso de flor-de-laranjeiras.

Nada foi feito para alargar o leito
tão raso e tão cheio de peixes-seixos
por onde fluía o pequeno fio
de meu minguado rio interior.

Darcy França Denófrio in Amaro mar, 1988.



Boa tarde Blogueiros,

Domingo, dia dos Pais, dia de comemoração. Coisa boa.
Parabéns dados ao meu Pai, com direito a presente, almoço com a família reunida, etc e tal. Desejo igualmente muitas alegrias a todos os Pais desse Brasil tão vasto e lindo.

Parabéns Pais!

Destarte, o que me traz ao blog hoje não está ligado ao meu Pai, tampouco aos festejos do dia. Estou aqui para compartilhar com vcs uma situação, no mínimo, cabulosa e quem sabe, surpreendente.

Pois bem.

Para aqueles que já acompanham o blog há algum tempo, peço licença para fazer um "brief history" de 2010 até hoje:

Conheci alguém; me apaixonei; amei: 2010/2011; rompemos: março/2011; desespero, tristeza generalizada por meses a fio; terapia; viagens; atitudes impulsivas e desregradas; romance cinematográfico direto da Itália para o Brasil; perda de uma das pessoas mais amadas em toda minha vida, meu avôzinho; "alta" na terapia (saudades da linda Dra. Jolie): 2011; redescobrimento de mim; superação; equilíbrio emocional; novos propósitos de vida; alegria; paz: 2012.

Em 2012, acerca de dois/três meses, inicio o processo de coaching, e coloco um ponto final, de uma vez por todas, em qualquer vestígio pernicioso na minha vida; incluindo o antigo relacionamento e, por óbvio, o ex.
 
Vencidas todas essas etapas e voltando aos dizeres de um certo e-mail, enviado em meados de abril/2011, eis que decido: Agora sim, estou pronta.
 
Pronta pra quê?! Pra ter contato com a pessoa que desencadeou muitos dos acontecimentos relevantes em pelo menos, dois anos da minha vida.

Como isso aconteceu? Face; what's up; reencontro, como ele mesmo disse: cara a cara.
Sim queridos blogueiros, nos reencontramos.
Ontem. No "lugar de sempre", não é mesmo ex?! (Sim, ele está lendo; na verdade me questionou se seria motivo de um post novo e, atendendo a pedidos, é, rs).
 
O que eu quero dizer com isso tudo queridos é que fiz as pazes com meu passado.
Depois de um ano e meio, nos encontramos, conversamos, civilizadamente, como dois adultos, com emoções e ânimos acalmados.
 
O resultado disso tudo foi descobrir que a raiva, a ira, o amor contrariado e mal resolvido, a decepção, a tristeza, enfim, passa. Com o tempo, tudo passa e tudo toma a forma devida.
O amor existiu, para ambos; e acabou, também para ambos. Ele seguiu sua vida e eu, a minha.
 
Hoje, eu só tenho a agradecer; a Deus, por me fazer forte; a vida, por me tornar cada dia mais humana; a família, que me deu suporte; aos amigos, que não me deixaram sozinha um instante sequer; e a vc, ex, que apesar de todos (e não são poucos) os pesares, mudou a forma de eu ver o mundo e de encarar a minha própria existência.
 
Eu sou a soma dos momentos bons e maus, alegres e tristes, divertidos e raivosos; sou um conjunto de coisas, sentimentos, percepções e experiências. 
 
Eu sou "uma metamorfose ambulante"...

Bjo, bjo.

1 A alegria fugidia

segunda-feira, 18 de junho de 2012
ORAÇÃO A TERESINHA DO MENINO JESUS

Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
Santa Teresa não, Teresinha...
Teresinha... Teresinha...
Teresinha do Menino Jesus.

Me dá alegria!
Me dá a força de acreditar de novo
Pelo Sinal
Da Santa
Cruz!
Me dá alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!...
Santa Teresa não, Teresinha...
Teresinha do Menino Jesus.

(Manuel Bandeira)

Pois bem Blogueiros,

Quero alegria, me dá alegria!
Alegria que há muito se perdeu

por tantos caminhos tentou voltar,
chegou bem perto, pertinho,
mas como num piscar de olhos se fez fugidia,
desertora, esquiva...

Oh sentimento impalpável e tempestuoso!
volte a fazer morada aqui!
dentro de mim.

Ainda que por breve lapso de tempo
traga o sorriso maroto,
aquele gostoso que sempre escapava
entre risos e beijos nervosos


e olhares que mais diziam do que viam...

1 Es-co-lhas

quarta-feira, 13 de junho de 2012
Blogueiros,

O que dizer, o que pensar, o que escrever?!
Ou melhor, por onde começar...?

Às vezes, quando uma mulher se prepara para sair, ela espalha todas suas roupas, sapatos e bolsas pelo quarto, para visualizar com mais clareza suas possibilidades, e então, poder escolher a que melhor lhe convém.
Assim sou eu com o blog e minha vida.
Preciso dispor em palavras, frases e textos inteiros o que vivo, o que penso, o que sinto, o que quero, o que sonho, o que espero, o que temo, o que anseio, o que fujo, o que sou.

Quem eu sou?
Onde quero estar?
O que eu quero fazer?
O que sinto agora, a despeito de você, de mim, das escolhas que fiz?

É como disse Nietszche, na obra de Irvim Yalom: “Então, você esconde sua vontade de si mesmo. Você precisa agora aprender a reconhecer sua vida e a ter a coragem de dizer "Assim escolhi!". O espírito de um homem se constrói a partir de suas escolhas!” .

Escolhas.
Es-co-lhas.
Preciso fazê-las outra vez.
E sempre, e sempre, e sempre, e sempre.
Bjo, bjo

0 E o que temos para hoje...

quarta-feira, 2 de maio de 2012
Então Blogueiros,

Às vezes eu fico pensando que não tem mais jeito. Parece que fiquei estigmatizada por conta do último relacionamento.
Não consigo me envolver com ninguém, ou se me envolvo, dura tão pouco que sequer pode ser considerado como algo concreto.
Me prometi que não deixaria ninguém nunca mais me magoar, mas com isso e, para efetivar isso, levantei tantos muros ao meu redor que hoje, já não vejo como sair.

Engraçada a vida. Ela está sempre nos pregando alguma peça. Se sou crédula e tenho o coração aberto e disposto a me aventurar no amor, vem alguém pra destruir tudo o que levei uma vida inteira para construir. Se tenho o coração receoso e desconfiado, me cerco com tantas barreiras de proteção, que ninguém se dispõe a ultrapassá-las e enxergar o que está do outro lado.

Sim, eu sei. Eu sei que do outro lado há uma pessoa que foi tão magoada, tão pisada, tão enganada, tão ferida, que se esconde atrás de muitas desculpas por medo de viver tudo outra vez. Entretanto, sei também, que agora há uma mulher melhor. Mais realista, mais sensata, mais pé no chão, mais madura, mas que está pronta para amar outra vez.

Estou cansada. Cansada, cansada, cansada.

Será que algum dia terei e viverei a dádiva de amar e ser amada? Será que algum dia essa realidade nua e crua terá um gostinho de mel?

Não sei. E essa incerteza e tantos desencontros estão acabando comigo.

É isso o que temos para a quarta, que tem cara de segunda-feira...

"Em vez disso, as emoções costumam se misturar durante muitos anos num cozido de contradições desconfortavelmente cru." (Elizabeth Gilbert in Comprometida).

Bjo, bjo

0 Bom dia quinta-feira. É hora de refletir.

quinta-feira, 19 de abril de 2012
ABSOLVENDO O AMOR

Duas historinhas que envolvem o amor.
A primeira: uma mulher namora um príncipe encantado por três meses e então descobre que ele não é príncipe coisa nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. São todos assim, os homens. Ela resmunga: "Não dá mesmo para acreditar no amor".

Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa desses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e a partir daí não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar tentando. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é para contribuir, para apimentar, para fazer feliz. Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigada e até a próxima. Fique com o cartão dele, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque esse estará sempre a postos.

Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor pra sempre é azar ou incompetência. Só não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão pra existir. Não adianta querer compensar com amor pelos amigos, filhos e cachorros, não é com eles que você fica de mãos dadas no cinema.

Segunda história: uma mulher ama profundamente um homem e é por ele amada da mesma forma, os dois dormem embolados e se gostam de uma maneira quase indecente, de tão certo que dá a relação. Tudo funciona como um relógio que ora atrasa, ora adianta, mas não pára, um tiquetaque excitante que ela não divulga para as amigas, não espalha, adivinhe por quê: culpa. Morre de culpa desse amor que funciona, desse amor que é desacreditado em matérias de jornal e em pesquisas, desse amor que deram como morto e enterrado, mas que na casa dela vive cheio de gás e que ameaça ser eterno. Culpa, a pobre mulher sente, e mais: sente medo. Nem sabe de que, mas sente. Medo de não merecê-lo, medo de perdê-lo, medo do dia seguinte, medo das estatísticas, medo dos exemplos das outras mulheres, daquela mulher lá do início do texto, por exemplo, que se iludiu com mais um bobalhão que desapareceu sem deixar rastro - ou bobalhona foi ela, nunca se sabe.

Mas o fato é que terminou o amor da mulher lá do início do texto, enquanto que essa mulher de fim de texto, essa criatura feliz e apaixonada é ao mesmo tempo infeliz e temerosa porque teve a sorte de ser premiada com aquilo que tanta gente busca e pouco encontra: o tal amor como se sonha.

Uma mulher infeliz por ter amor de menos, outra, infeliz por ter amor demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve. E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí é o luxo supremo. Qualquer amor merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós.

(Martha Medeiros)



Bom dia Blogueiros,

Tá aí uma crônica da Martha Medeiros para refletirmos um pouco em plena quinta-feira.
O mais torturante?!? Pensar que "quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele (o amor), somos nós.".
Punk...

Bjo, bjo

0 Qualquer um

domingo, 8 de abril de 2012
QUALQUER UM

A reclamação é antiga, mas continua vigente: mulheres se queixam de que não há homem "no mercado".

Acabo de receber um e-mail de uma delas, contando que faz parte de um grupo de mulheres na faixa dos 35 anos que são independentes, moram sozinhas, trabalham, falam idiomas, são vaidosas, têm cultura, fazem ginástica e, mesmo com tantos atributos, seguem solteiras e temem não haver tempo para formar a própria família. No finalzinho da mensagem, descubro uma pista para a solução do problema: "Apesar de o relógio biológico estar nos pressionando, não queremos procriar com qualquer um. Queremos um cara bacana para ir ao cinema, almoçar no domingo, viajar nos finais de semana."

Claro. Quem não quer?

Não há problema nenhum em ser exigente, em querer uma pessoa que seja especial. O que me deixa intrigada é que há mais probabilidade de você encontrar "qualquer um" do que um deus grego com um crachá escrito "Príncipe Encantado". Então me pergunto: as mulheres estarão dando chance para que este "qualquer um" demonstre que está longe de ser um qualquer?

Sou capaz de apostar que a maioria das mulheres, no primeiro papo, já elimina o candidato, e quase sempre por razões frívolas. Ou porque o sapato dele é medonho, ou porque ele não sabe quem é Roman Polanski, ou porque ele gosta de pizza de strogonofe com banana, ou porque ele só gosta de comédia, ou porque ele mistura steinheger com cerveja, ou porque o carro dele é um carro do ano. Do ano de 1991.

Imagina se você, proveniente de uma família estruturada, criada dentro de padrões de bom gosto, com qualidades encantadoras, vai se envolver com esse... com esse... com esse sei-lá-quem.

Pois o "sei-lá-quem" pode ser, sim, aquele cara bacana que levará você para almoçar no domingo, mas você tem que dar uma mãozinha, minha linda. Recolha seus prejulgamentos, dê umas férias para seus preconceitos, deixe seu orgulho de lado e saia com ele três, quatro vezes, até ter certeza absoluta de que o sapato medonho vem acompanhado de um caráter medonho, de um mau humor medonho, de uma burrice medonha. Porque se o problema for só o sapato e a pizza de estrogonofe, isso dá-se um jeito depois, ele não há de ser tão inflexível.

Aliás, e você? Garanto que também não sai pela rua com uma camiseta anunciando "Mulher Maravilha". Ele também vai ter que descobrir o que há por trás da sua ficha estupenda, e vá que ele implique com as três dezenas de comprimidos que você ingere por dia, com sua recusa em molhar o cabelo no mar, com sua fixação por telefone ou com os seus sutiãs do ano. Do ano de 1991 também.

Essa coisa chamada "história de amor" requer um certo tempo para ser construída, e as que dão certo são aquelas vividas com paciência, com o espírito aberto, e geralmente com qualquer um que consiga romper nossas defesas e nos fazer feliz.

Martha Medeiros


Blogueiros,

A Martha sempre tem razão.
Muitos acontecimentos nos tornaram exigentes demais, seletivoas demais, maravilhosos demais, deprimentes demais, tudo demais.
Talvez seja o tempo de dar uma chance. Não para o outro, mas para nós mesmos. Afinal, até quando degladiaremos no mundo em busca de respostas, de vinganças, de confiança, de alento, atenção e perfeição?

A perfeição não existe meu bem, é utópica e surreal demais. O que existe é uma sequência de erros e acertos provenientes da própria natureza humana, cheia de falhas e lacunas, as quais tentamos freneticamente preencher, seja com o amor, com a fé, com a inletectualidade, a profissão, os hobbies, as nóias, os vícios...

Seja como for, permita-se viver. Aceite-se. E, principalmente, aceite o outro.

(Aceitar, não quer dizer amar).

Bjo, bjo e boa páscoa.

0 Será que você não vê?!?!?

domingo, 25 de março de 2012
"É comum perder-se o bom por querer o melhor." (William Shakespeare)

Já não há tempo a perder.
Na verdade nunca houve, mas eu tenho perdido demais.

Tenho perdido muita coisa.
Tenho perdido o bom por querer o melhor.
Tenho me perdido.

Vejo a vida passar diante dos meus olhos.
Vejo prováveis amores partindo.
Vejo oportunidades únicas sendo deixadas para trás.
Vejo metas 'minhas' sendo alcançadas por outros e eu, permaneço à deriva de mim.

"There's a blue bird in my heart that wants to get out", será que você não vê???




Queria que visse e não somente isso, que agisse.

0 Change The World... Change you.

quarta-feira, 21 de março de 2012
Change The World. Eric Clapton




"Se eu pudesse alcançar as estrelas
Puxaria uma pra você
Brilhando no meu coração
então você poderia ver de verdade
esse amor que tenho dentro de mim
é tudo que você vê
mas por agora eu descobri
está apenas em meus sonhos
que eu posso mudar o mundo
eu seria o brilho do sol no seu universo
você pensaria que meu amor é realmente uma coisa boa
baby, se eu pudesse mudar o mundo..."

Blogueiros,

Acho que a música dispensa maiores comentários.
Penso apenas que, se eu pudesse, não mudaria somente o mundo, mudaria sim, algumas pessoas, para fazer delas, minhas.

Bjo, bjo...

0 Incertezas

domingo, 18 de março de 2012
Como sempre, ocupada.
Como sempre, com saudade de escrever.
Como sempre, trabalhando muito.
Como sempre, tentando entender um pouco a vida (pelo menos a minha).

Ao que tudo indica, meus 26 anos estão sendo mais marcantes do que o previsto.

Algo novo?
Não, nem tanto.
O que é então?
A incerteza generalizada.

Incerteza na vida profissional.
Incerteza na vida com Deus.
Incerteza no coração.

É como disse a incrível Florbela Espanca no soneto Interrogação:

“Neste tormento inútil, neste empenho
De tornar em silêncio o que em mim canta,
Sobem-me roucos brados à garganta
Num clamor de loucura que contenho.

Ó alma da charneca sacrossanta,
Irmã da alma rútila que eu tenho,
Dize para onde eu vou, donde é que venho
Nesta dor que me exalta e me alevanta!

Visões de mundos novos, de infinitos,
Cadências de soluços e de gritos,
Fogueira a esbrasear que me consome!

Dize que mão é esta que me arrasta?
Nódoa de sangue que palpita e alastra.... 

Dize de que é que eu tenho sede e fome?!”

Sim, dize de que é que eu tenho sede e fome, pois estranhamente sinto fome e sede de tudo
Tudo.

Me sinto como na citação de Apollinaire, a beira do abismo, com medo, sem saber se posso ou melhor, se consigo, voar.
"Venham até a borda, ele disse.
Eles disseram: Nós temos medo. 
Venham até a borda, ele insistiu.
Eles foram. 
Ele os empurrou e eles voaram."


Bjo, bjo 

0 O Nosso Mundo

domingo, 11 de março de 2012
O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos

O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la!

Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor! ... As nossas bocas juntas!...
(Florbela Espanca. Livro de Soror Saudade. 1923.)

Então blogueiros,

A vida é imprevisível. Nós somos imprevisíveis.
O que é o “hoje”? E o “amanhã”? O que é o “presente”? E o “futuro”?
Quem sou? Quem eu gostaria de ser? Quem eu posso ser?
Quem está na minha vida hoje? Quem estará amanhã?
Quem eu amei? Quem ainda amo? Quem ainda irei amar?
Concordo com Florbela Espanca ao dizer que "A Vida, meu amor, quero vivê-la!", mas como, quem me acompanhará, ou se deverei seguí-la sozinha, é uma grande incerteza.
A vida é incerta.
Eu sou incerta.
Eu me perco. Eu me confundo.
Eu me interrogo. Eu não me entendo.
Eu não sei aonde ir. Eu não sei se devo ficar.
Eu não sei se devo tentar. Será que devo recuar?

Eu não sei tanta coisa e, sinceramente, não tenho a quem perguntar.

...

0 Saudade é não saber. Saudade é não querer saber.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
"A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.


Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Sauda...de do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."
 
(Martha Medeiros)

Então...
Se saudade é não saber, é não querer saber, bem, ela existe, mesmo sem querer.
Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! rs.
O que passou, passou. E é lá, no passado, que certas coisas devem ficar. Pra sempre.

Ah..! Deixo uma música que combina com o feriado e com meu coração hoje.
Esse carnaval me trouxe um presente, uma novidade, um sentimento novo e fresco. Tudo de bom! (LFM).

"Vem comemorar
Escandalizar ninguém
Vem me namorar,
Vou te namorar também
Vamos pra avenida
Desfilar a vida, carnavalizar"

(Marisa Monte)

Bjo bjo e bom final de carnaval galera do bem!


0 Tempo, tempo, tempo, tempo

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
"Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
(...)
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo"

(Oração ao Tempo - Maria Gadú)



Tempo, tempo, tempo...

Nada como o tempo Blogueiros.

Parece meio clichê, conversinha furada, blá blá blá, mas o tempo é mesmo compositor de destinos.
Para não perder o costume de vida, tenho refletido muito nos últimos dias a despeito da mudança vivenciada do decorrer de um ano.

Um ano, 12 meses, 365 dias, 8.760 horas, 525.600 minutos, 31.536.000 segundos...

Muito tempo? Pouco tempo? Tempo pra quê? De quê? Gasto com o quê? Aproveitado? Desperdiçado? Vivido? Sofrido? Contente? Suficiente? Diferente? Inovador? Surpreendente?

Enfim, faço a vc as mesmas perguntas que fiz a mim:
- O que o último ano representou para vc?
- Ou melhor, o que esse ano levou? O que ele trouxe?
-O que ganhou depois de passado esse espaço de tempo?

Eu?!...

PAZ.

PAZ em letras garrafais, pois é isso o que ocupa todo o meu coração.

Gente, como o tempo faz bem!

A proximidade do meu aniversário me trouxe à memória o mesmo dia em 2011. Mudança radical. Mudança para o bem. Mudança, obstáculos, crescimento.

Hoje já não há mais tristeza no meu coração. Já não há mais turbulência, tumulto, alvoroço. Já não há dor, tampouco rancor. Já não há amor e nem arrependimentos.
Há a experiência vivida, a ferida cicatrizada, os olhos com alcance maior, o coração mais forte, os passos mais seguros e, sim, há um sorriso rotineiro no rosto..!

Sou grata por tudo.
Hoje consigo enxergar isso. Consigo extrair as coisas boas.
Sempre dá, não é mesmo?!

O passado não muda, não muda nunca, mas o presente e o futuro SIM! É uma dádiva de Deus! Aproveite isso. Eu estou aproveitando...

Ótimo resto de semana.

Bjo, bjo!

0 Amar é fletar com a Morte

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Mais uma verdade Blogueiros...




Ela é Andrea Beheregaray, dona do blog TPM - Manifestação Criativa de Impulsos Homicidas. Vale a pena conferir!

Bjo, bjo!

0 Comer, rezar, amar

terça-feira, 3 de janeiro de 2012
“Tenho um histórico de tomar decisões muito rápidas em relação aos homens. Sempre me apaixonei depressa e sem avaliar os riscos. Tenho tendência não somente a ver apenas o que há de melhor nas pessoas, mas a partir do princípio de que todo mundo é emocionalmente capaz de alcançar o potencial máximo. Já me apaixonei pelo potencial máximo de um homem mais vezes do que consigo enumerar, em vez de me apaixonar pelo homem em si, e em seguida agarrei-me ao relacionamento durante muito tempo (algumas vezes, tempo demais), esperando que o homem chegasse à altura de sua própria grandeza. Muitas vezes, no amor, fui vítima do meu próprio otimismo. Casei-me jovem e depressa, cheia de amor e esperança, mas sem conversar muito sobre o que significariam as realidades do casamento. Ninguém me deu conselhos sobre meu casamento. Meus pais haviam me criado para ser independente, auto-suficiente, para tomar as minhas próprias decisões. Quando cheguei aos 24 anos, todos partiam do princípio de que eu era capaz de fazer minhas próprias escolhas de forma autônoma. E claro que o mundo nem sempre foi assim, Se eu houvesse nascido durante qualquer outro século do patriarcado ocidental, teria sido considerada propriedade do meu pai, até que ele me entregasse ao meu marido para que eu me tomasse propriedade sua pelo casamento. Eu teria rido muito pouca coisa a dizer sobre as grandes questões da minha vida. Em outro período da história, caso um homem houvesse se interessado por mim, meu pai poderia ter se sentado com esse homem e desfiado uma longa lista de perguntas para verificar se aquela seria uma união adequada. Ele teria perguntado: "Como você vai sustentar a minha filha? Qual a sua reputação nesta comunidade? Quais são as suas dívidas e bens? Quais são os pontos fones do seu caráter?" Meu pai não teria simplesmente deixado eu me casar com qualquer um pelo simples fato de eu estar apaixonada pelo sujeito. Na vida moderna, porém, quando tomei a decisão de me casar, meu moderno pai não se intrometeu em nada. Ele não teria interferido nessa decisão, da mesma forma como não teria me dito que penteado usar. Acreditem em mim: não tenho nenhuma nostalgia do patriarcado. Mas o que passei a perceber foi que, quando o sistema do patriarcado foi (felizmente) desmantelado, ele não foi necessariamente substituído por outra forma de proteção. O que quero dizer é o seguinte: nunca me passou pela cabeça fazer a um pretendente as mesmas perguntas difíceis que meu pai poderia ter-lhe feito, em uma época diferente. Eu me entreguei ao
 amor muitas vezes, unicamente em nome do amor. E algumas vezes, ao fazer isso, entreguei também tudo que eu tinha. Se eu quiser realmente me tornar uma mulher autônoma, então preciso assumir esse papel de ser minha própria protetora. Em uma frase famosa, Gloria Steinem certa vez aconselhou às mulheres que elas deveriam se transformar nos homens com quem gostariam de se casar. O que só percebi recentemente foi que não apenas eu preciso me transformar no meu próprio marido, mas preciso me transformar também no meu próprio pai. E é por isso que, nessa noite, fui para a cama sozinha. Porque sentia que ainda não estava na hora de eu aceitar um pretendente.”

"Comer, rezar, amar" de Elizabeth Gilbert.

O texto dispensa cometários.

Como eu tô adorando esse livro!

Bjo, bjo blogueiros!

0 A impontualidade do Amor

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
"Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender."

Martha Medeiros

Blogueiros,

Transcrevi uma sequência de crônicas da Martha Medeiros pois revelam o que sinto agora. Não quero escrever muito. Não agora. Minha cabeça está quente com os últimos acontecimentos. Depois explico melhor;

Boa primeira semana em 2012!

Bjo, bjo

0 O contrário do Amor

"O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto."

Martha Medeiros

...DBoy

0 Feliz 2012!

sábado, 31 de dezembro de 2011
"Te desejo uma fé enorme.

Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.
Que 2012 seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra você."

(Dizem que é do Caio Fernando Abreu, se é mesmo, eu não sei... rs)

 
 
 
Blogueiros,
 
Inicialmente quero agradecer a DEUS por mais um ano que se passou.
 
2011 foi um ano difícil, tempo de crescimento e amadurecimento, mas também foi palco de momentos de felicidade, glória e regozijo únicos!
 
Agradeço aos AMIGOS que fiz, os quais me deram forças e seguraram a minha mão, me incentivando a continuar.
 
Agradeço a Dra. JOLIE, quem desempenhou um papel fundamental na minha vida em 2011.
 
E, não menos importante, agradeço a CADA UM DE VOCÊS, seguidores, blogueiros, leitores, curiosos, que estão sempre por aqui, que me leem, me seguem, me ajudam , torçem por mim, pela minha felicidade, assim como torço pela de vcs.
 
O meu MUITO OBRIGADO!
 
Que o ano vindouro seja, em todas as áreas, melhor que o presente.
Me quero ver feliz, me quero ver sem melancolia nenhuma. Quero, da mesma forma, vê-los felizes e sem melancolia alguma!
 
Tudo, mas tudo de bom pra todos nós!
 
Bjo, bjo e Feliz Ano Novo galera!!!

0 Essas coisas levam tempo...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011
“- O que você tem que está toda ensimesmada? - pergunta ele com seu sotaque arrastado, com um palito na boca, como de hábito.

- Não pergunte - respondo, mas em seguida começo a falar e lhe conto tudinho, concluindo com: - E o pior de tudo é que não consigo deixar de pensar obsessivamente no David. Pensei que tivesse esquecido ele, mas está tudo voltando.

- Espere mais seis meses, vai se sentir melhor - diz ele.

- Eu já esperei 12 meses, Richard.

- Então espere mais seis. Vá somando mais seis meses até esquecer. Essas coisas levam tempo.

Solto o ar pelo nariz com força, como um touro.

- Escute aqui, Sacolão — diz Richard. — Algum dia você vai olhar para trás, para este momento da sua vida, e pensar que época deliciosa de luto ele foi. Vai ver que estava lamentando a sua perda, e que o seu coração estava despedaçado, mas que a sua vida estava mudando, e que você estava no melhor lugar possível do mundo para fazer isso: em um lindo lugar de adoração, cercada de graça. Aproveite esse tempo, aproveite cada minuto.”

(“Comer, rezar, amar”, Elizabeth Gilbert)

Blogueiros queridos,

Esse final de ano está mexendo demais com minha cabeça.

Procurando um arquivo no note encontrei, meio por acaso, algumas fotos que havia “camuflado” em uma pasta, referentes ao antigo relacionamento. Resolvi abrir e ver o que havia ali, e tive uma agradável surpresa.

Vi fotos de momentos, viagens, aniversários e tantas outras passagens que marcaram o namoro e descobri...
Descobri que estou curada.
Curada das feridas outrora abertas, fruto dessa relação desmedida e obsessiva.

Eu o perdoei. (Não que para ele valha alguma coisa ou faça diferença. Foda-se. Para mim vale). E mais formidável que isso: eu também ME perdoei.

Passou 1, 2, 3... 9 meses até que eu pudesse, enfim, constatar o óbvio: Acabou. Doeu. Muito. Mas, passou. Superei. Estou livre.

Hoje entendo, vejo e vivo o que Richard disse a Liz.

“Algum dia você vai olhar para trás, para este momento da sua vida, e pensar que época deliciosa de luto ele foi. Vai ver que estava lamentando a sua perda, e que o seu coração estava despedaçado, mas que a sua vida estava mudando, e que você estava no melhor lugar possível do mundo para fazer isso: em um lindo lugar de adoração, cercada de graça. Aproveite esse tempo, aproveite cada minuto.” (sic).

Minha vida mudou e continuará mudando.
Não estive estática e inerte a tudo o que me ocorreu. Pelo contrário, eu batalhei, pelejei e venci.
Agora, estou aproveitando esse tempo, cada minuto, cada segundo dele.

Bjo, bjo

0 Intermináveis ondas de transformação

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
“Considero muito reconfortante a resistência do Augusteum, o fato de essa estrutura ter tido uma história tão atribulada e, mesmo assim, ter sempre conseguido se ajustar à loucura específica de cada época. Para mim, o Augusteum é como alguém que levou uma vida totalmente louca - alguém que talvez tenha começado como dona de casa, depois inesperadamente ficado viúva, em seguida virado dançarina para ganhar dinheiro, de alguma forma tenha se tornado a primeira dentista mulher do espaço sideral, e depois tentado a sorte na política - e que, mesmo assim, conseguiu manter intacta a consciência de si próprio durante cada reviravolta.
Olho para o Augusteum e penso que, no final das contas, talvez a minha vida na verdade não tenha sido tão caótica assim. É apenas este mundo que é caótico e nos traz mudanças que ninguém poderia ter previsto. O Augusteum me alerta para eu não me apegar a nenhuma idéia inútil sobre quem sou, o que represento, a quem pertenço ou que função eu poderia ter sido criada para executar. Sim, eu ontem posso ter sido um glorioso monumento a alguém - mas amanhã posso virar um depósito de fogos de artifício. Até mesmo na Cidade Eterna, diz o silencioso Augusteum, é preciso estar preparado para tumultuosas e intermináveis ondas de transformação.”

(Texto extraído do livro Comer, rezar, amar de Elizabeth Gilbert)

Então...

O blog esteve um pouco abandonado nos últimos dias. Eu sei.
O fato é que eu, assim como o Augusteum, apesar de ainda estarmos de pé, não esperávamos algumas mudanças caóticas e inesperadas.

Foi a perda de uma pessoa muito amada, uma coluna na família, um exemplo de homem, de fé e de amor;
Foi estar diante de alguém que, pela primeira vez em muito tempo, me fez desejar namorar outra vez;
Foi encarar uma mudança radical e desesperadora na vida desregrada que andava levando...

Estar diante da morte. Estar diante do amor. Estar diante do nada e, contraditoriamente, do tudo.

2011 está quase no fim e não vejo a hora de me despedir desse ano, que considero o mais tumultuado, confuso, terrível, angustiante, desestruturado e repleto das "intermináveis ondas de transformação.”

Estou de pé, mas não me pergunte como, pois a resposta eu não sei dizer.
O que sei agora é que meu coração está atordoado com tantas ideias e metas para 2012.
O maior anseio, posso confessar, é colocar no lugar todos os conceitos, conselhos, experiências e urgências aprendidas.

Antes que o ano chegue ao seu fim, compartilharei mais algumas coisas por aqui.
 
Me desejem sorte e sabedoria. Desejo o mesmo a cada um de vocês.
 
Bjo, bjo

0 A incerteza. Sempre.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Eu vejo o tempo passar.
Ouço música e tento me distrair, mas invariavelmente minhas dúvidas voltam a me perturbar.
Já não sei o que quero, ou o que fazer da minha vida.
Preciso de orientação!

Alguém... me ajude?


"Talking to the moon" do Bruno Mars é só uma música que tenho ouvido muito. Linda né!? Nada mais.

Bjo, bjo