Incertezas

domingo, 18 de março de 2012
Como sempre, ocupada.
Como sempre, com saudade de escrever.
Como sempre, trabalhando muito.
Como sempre, tentando entender um pouco a vida (pelo menos a minha).

Ao que tudo indica, meus 26 anos estão sendo mais marcantes do que o previsto.

Algo novo?
Não, nem tanto.
O que é então?
A incerteza generalizada.

Incerteza na vida profissional.
Incerteza na vida com Deus.
Incerteza no coração.

É como disse a incrível Florbela Espanca no soneto Interrogação:

“Neste tormento inútil, neste empenho
De tornar em silêncio o que em mim canta,
Sobem-me roucos brados à garganta
Num clamor de loucura que contenho.

Ó alma da charneca sacrossanta,
Irmã da alma rútila que eu tenho,
Dize para onde eu vou, donde é que venho
Nesta dor que me exalta e me alevanta!

Visões de mundos novos, de infinitos,
Cadências de soluços e de gritos,
Fogueira a esbrasear que me consome!

Dize que mão é esta que me arrasta?
Nódoa de sangue que palpita e alastra.... 

Dize de que é que eu tenho sede e fome?!”

Sim, dize de que é que eu tenho sede e fome, pois estranhamente sinto fome e sede de tudo
Tudo.

Me sinto como na citação de Apollinaire, a beira do abismo, com medo, sem saber se posso ou melhor, se consigo, voar.
"Venham até a borda, ele disse.
Eles disseram: Nós temos medo. 
Venham até a borda, ele insistiu.
Eles foram. 
Ele os empurrou e eles voaram."


Bjo, bjo 

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