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0 Meu erro

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
http://www.youtube.com/watch?v=m09A78Ek6Tg

Meu Erro. Paralamas.

"Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria
Ah, meu Deus
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais"

Adivinhe só.
Você me abandonou. Pela segunda vez.

Por mais difícil que seja, não há como lutar contra isso.
Eu amo você e parece que amo sozinha.
Eu vou ao seu encontro, mas você nunca está.

Eu insisto, em vão.
Você deveria ao menos, ter a decência de dizer que não me ama e que não quer mais nada.
De quê adianta "voltarmos" se você desaparece, por completo?

Você sempre me pergunta o que eu amo em você, contudo sempre tenho na ponta da língua tudo o que odeio. E de tudo que mais odeio, o que prevalece é o ódio à sua indiferença e desprezo.
Nunca conheci alguém tão egoísta e insensível quanto você.

Eu queria saber o seu filme preferido, sua cor predileta, a música que mais te marcou, porquê a perda do seu pai continua a te afetar tanto assim.

Eu queria entender o que se passa no seu coração, os seus velhos e novos medos, essa sua fixação pela solitude quando é tão bom estar a dois. Nós dois.

Eu queria te esquecer de uma vez por todas, e deixar no passado tudo o que vivemos.

Eu queria deixar de te amar e seguir com a minha vida, sem que eu esteja sempre presa à sua sombra.

Eu queria que você morresse porque só assim consigo viver sem você.

Eu não consigo viver sem você.

2 A rainha de alguém

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Distante do blog há meses. Mudei o foco, mas em dias como hoje é necessário escrever.

Grande parte do blog foi escrito em meio a uma confusão emocional interminável.  Era interminável e, por vezes, me faz crer que ainda é.

O segundo personagem central dos posts em boa parte dos anos 2010 a 2012 tem nome, sobrenome, endereço e uma vida real e desgraçada.

Eu o amei. O esqueci. Me refiz. Fui amaldiçoada. E o amei outra vez.

Maldito e estúpido coração.

Estúpida e novamente estúpida, eu.

Depois de outros tantos altos e baixos, me deparei com um trecho da música escolhida e postada por esse '2º personagem', logo após o meu aniversário:

"I'm just a waste of her energy
And shes just wasting my time"
 
(Jack Johnson. Wasting time). 

Que belo presente não é mesmo?!

Só quero que em 2013 eu não desperdice o tempo de ninguém e que enfim, eu seja a rainha de alguém.

"If I could be king, even for a day
I would take you as my queen
I would have it no other way
And our love would rule
This kingdom we have made"
 
(Eric Clapton. Change the world).

0 Outra vida

domingo, 19 de agosto de 2012
"Depois do desastre e mil pedaços,
 recompusemos nossos destroços
 e do que sobrou - um novo começo.

Nossas mãos unidas
ganharam outra força
e reinventamos outra vida."

 (Restauração. Sempre, Darcy França Denófrio).
 
Bom dia blogueiros,
 
Como é bom estar de volta às palavras.
 
Hoje, relendo Darcy França D., me deparei com esse poema que tanto gosto: Restauração.
Está aí algo que busquei com muito afinco e dedicação. Restauração; um novo começo; reinvenção; outra vida.
 
Outra vida.
 
É maravilhoso perceber que, ainda que muitas coisas estejam exatamente no mesmo lugar, eu não estou.
Os conselhos que todas as pessoas do mundo dão e que você, tenta seguí-los (em vão, pois, sem convicção), de repente se tornam sua própria escolha e decisão.
 
Nessa outra vida, você se torna senhor de si e dono da sua razão.
 
Você descobre que não adianta se sabotar, viver melindrosamente, construindo-se em cima de emoções passadas e não mais relevantes.
 
Você percebe que a outra vida é outra mesmo, e que você já não se encaixa naquele velho molde apertado e desgastado. Você cresceu. Na verdade, você se agigantou; está do tamanho certo, o seu.
 
Pois, "depois do desastre e mil pedaços, recompusemos nossos destroços e do que sobrou - um novo começo. (...) e reinventamos outra vida."

Bjo, bjo!

0 Fazendo as pazes com meu passado

domingo, 12 de agosto de 2012
Palavra Adiada

Eu sempre quero lhe dizer a palavra certa
ou quem sabe, a que você mais espera,
no entanto ela fica presa e represa
e mais uma vez protelo o instante.

O que houve entre nós não foi um equívoco,
foi a moenda dos dias moendo o remôo da mó
que moía o nosso macerado trigo de cada dia,
esmagando nossos dois grãos exaustos da moagem.

E vendo seus gestos de remissão e esforço,
eu quero perdoar, mas não sei se posso,
porque antes de nada foi feito para preservar
dentro de mim o incenso de flor-de-laranjeiras.

Nada foi feito para alargar o leito
tão raso e tão cheio de peixes-seixos
por onde fluía o pequeno fio
de meu minguado rio interior.

Darcy França Denófrio in Amaro mar, 1988.



Boa tarde Blogueiros,

Domingo, dia dos Pais, dia de comemoração. Coisa boa.
Parabéns dados ao meu Pai, com direito a presente, almoço com a família reunida, etc e tal. Desejo igualmente muitas alegrias a todos os Pais desse Brasil tão vasto e lindo.

Parabéns Pais!

Destarte, o que me traz ao blog hoje não está ligado ao meu Pai, tampouco aos festejos do dia. Estou aqui para compartilhar com vcs uma situação, no mínimo, cabulosa e quem sabe, surpreendente.

Pois bem.

Para aqueles que já acompanham o blog há algum tempo, peço licença para fazer um "brief history" de 2010 até hoje:

Conheci alguém; me apaixonei; amei: 2010/2011; rompemos: março/2011; desespero, tristeza generalizada por meses a fio; terapia; viagens; atitudes impulsivas e desregradas; romance cinematográfico direto da Itália para o Brasil; perda de uma das pessoas mais amadas em toda minha vida, meu avôzinho; "alta" na terapia (saudades da linda Dra. Jolie): 2011; redescobrimento de mim; superação; equilíbrio emocional; novos propósitos de vida; alegria; paz: 2012.

Em 2012, acerca de dois/três meses, inicio o processo de coaching, e coloco um ponto final, de uma vez por todas, em qualquer vestígio pernicioso na minha vida; incluindo o antigo relacionamento e, por óbvio, o ex.
 
Vencidas todas essas etapas e voltando aos dizeres de um certo e-mail, enviado em meados de abril/2011, eis que decido: Agora sim, estou pronta.
 
Pronta pra quê?! Pra ter contato com a pessoa que desencadeou muitos dos acontecimentos relevantes em pelo menos, dois anos da minha vida.

Como isso aconteceu? Face; what's up; reencontro, como ele mesmo disse: cara a cara.
Sim queridos blogueiros, nos reencontramos.
Ontem. No "lugar de sempre", não é mesmo ex?! (Sim, ele está lendo; na verdade me questionou se seria motivo de um post novo e, atendendo a pedidos, é, rs).
 
O que eu quero dizer com isso tudo queridos é que fiz as pazes com meu passado.
Depois de um ano e meio, nos encontramos, conversamos, civilizadamente, como dois adultos, com emoções e ânimos acalmados.
 
O resultado disso tudo foi descobrir que a raiva, a ira, o amor contrariado e mal resolvido, a decepção, a tristeza, enfim, passa. Com o tempo, tudo passa e tudo toma a forma devida.
O amor existiu, para ambos; e acabou, também para ambos. Ele seguiu sua vida e eu, a minha.
 
Hoje, eu só tenho a agradecer; a Deus, por me fazer forte; a vida, por me tornar cada dia mais humana; a família, que me deu suporte; aos amigos, que não me deixaram sozinha um instante sequer; e a vc, ex, que apesar de todos (e não são poucos) os pesares, mudou a forma de eu ver o mundo e de encarar a minha própria existência.
 
Eu sou a soma dos momentos bons e maus, alegres e tristes, divertidos e raivosos; sou um conjunto de coisas, sentimentos, percepções e experiências. 
 
Eu sou "uma metamorfose ambulante"...

Bjo, bjo.

2 Coaching!

sábado, 21 de julho de 2012
O que dizer depois de tanto tempo distante do blog, distante dos posts, distante dos amigos blogueiros?!

Nem sei por onde começar... talvez, pelo motivo que me trouxe de volta, o Coaching.

Explico.

Estou passando por um processo de coaching atualmente e, para quem ainda não sabe bem o que é ou como funciona, seguem algumas informações bacanas, encontradas no site da Wikipedia:

Coaching é um processo definido com um acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) para atingir a meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar as metas de curto a longo prazo através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como também do reconhecimento e superação de suas fragilidades.

O coach (treinador, numa tradução à letra) atua encorajando e/ou motivando o seu cliente, procurando transmitir-lhe capacidades ou técnicas que melhorem as suas capacidades profissionais ou pessoais, visando a satisfação de objetivos definidos por ambos, considerando ideias como a de que o simples fato de compartilhar pensamentos/ideias que estão soltos e poder organizá-los, transformando em uma meta desafiante com um Plano de Ações pode levar a concretizar antigos sonhos.

Atualmente existem três grandes tipos de coaching, Coaching executivo, Coaching de performance e o Coaching pessoal, os quais se subdividem em outros nichos. Dentre estes, escolhi o Coaching pessoal ou coaching de vida (life coaching).

Este tipo específico de coaching objetiva a capacitação das pessoas na sua auto-realização, pelo alcance de suas metas, alinhando-as para uma vida equilibrada com seus valores, missão e propósito de vida. A meta a ser trabalhada pode estar em qualquer área da vida da pessoa, como saúde, relacionamentos, espiritualidade, finanças, carreira, administração do tempo, família, etc.

O coach vai apoiar o coachee (cliente) na definição da meta, na estratégia para alcançar os resultados almejados e também na superação dos desafios que aparecerem ao longo do caminho. Durante o processo de coaching, o foco é no presente e no futuro, e o coach trabalhará para manter o coachee em ação para que, ao final, ele realize o que se propôs.

Pois bem, feitas tais considerações, confesso que voltar a escrever no blog é uma das ações que me propus, pois reconheço seu valor e relevância no meu dia-a-dia, e é isso o que faço agora: cumpro mais uma tarefa, em busca de um objetivo maior.

Aos poucos vou apresentando mais do processo de coaching, seu significado, incidências, modificações e progressos pessoais. Estou a caminho da 5ª sessão e já percebo reflexos dessa busca pelo autoconhecimento em áreas importantes da minha vida. Sessão após sessão me vejo mais próxima do meu "B"... rs.

Por ora é isso pessoal.

Saudades!

Bjo, bjo

0 Compreenderia?!

terça-feira, 19 de junho de 2012

" 'Cause I've been in love before
And I found that love was more
Than just holdin' hands.

If I give my heart
To you,
I must be sure
From the very start
That you
Would love me more than her.

If I trust in you
Oh, please,
Don't run and hide.
If I love you too
Oh, please,
Don't hurt my pride like her

'Cause I couldn't stand the pain."

I can not stand.
And I could not understand what you want to tell me days ago.
What do you want?

1 A alegria fugidia

segunda-feira, 18 de junho de 2012
ORAÇÃO A TERESINHA DO MENINO JESUS

Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
Santa Teresa não, Teresinha...
Teresinha... Teresinha...
Teresinha do Menino Jesus.

Me dá alegria!
Me dá a força de acreditar de novo
Pelo Sinal
Da Santa
Cruz!
Me dá alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!...
Santa Teresa não, Teresinha...
Teresinha do Menino Jesus.

(Manuel Bandeira)

Pois bem Blogueiros,

Quero alegria, me dá alegria!
Alegria que há muito se perdeu

por tantos caminhos tentou voltar,
chegou bem perto, pertinho,
mas como num piscar de olhos se fez fugidia,
desertora, esquiva...

Oh sentimento impalpável e tempestuoso!
volte a fazer morada aqui!
dentro de mim.

Ainda que por breve lapso de tempo
traga o sorriso maroto,
aquele gostoso que sempre escapava
entre risos e beijos nervosos


e olhares que mais diziam do que viam...

0 O risco das palavras

domingo, 10 de junho de 2012
(Para Moema de C. e Silva Olival)
Ah! a miséria da oficina das palavras!
Onde pescar a que melhor convém?

Maiakovski

Diante de você sempre emudeço.
Tenho as palavras batendo, ba-ten-do
ao peito mais que à garganta.
Mas é tão grande o risco das palavras
que, delas, finjo que me esqueço.
Ah, as palavras, se não houvesse o risco,
eu diria todas, tropeçando em pedras
como algumas cachoeiras, mas jorrando
sem parar a urgência de suas águas.
Mas as palavras acordam até mesmo
os deuses mais adormecidos
e é melhor não dizê-las, guardá-las
como pedras, mesmo ferindo o peito.
Se eu não as disse algum dia,
alguém lhe dirá sem medo do risco,
porque há os que abrem as comportas
e extravasem sem reservas suas águas.
Mas eu sou dessas barragens
que não se entregam nem extravasam,
mesmo com a maior das enchentes.

(Darcy França Denófrio)

0 Procura-se

Quero um amigo verdadeiro
a quem possa vomitar
a alma e o coração inteiro.

Que me ouça sem interromper,
sem condenar nem defender,
que apenas me ouça o mais profundo.

E depois, sem nada cobrar,
seja terno, seja puro, só amigo,
bebendo comigo, sem dividir nem multiplicar,
a grande solidão de meus segredos.



(Darcy França Denófrio)

0 Uma combinação perfeita

domingo, 20 de maio de 2012



Boa noite Blogueiros,

Estive um pouco ausente nos últimos dias e, confesso que não sei se conseguirei retomar as publicações como gostaria.

Os dias tem sido curtos diante de tanta coisa a fazer. O trabalho, como sempre, toma muito do meu tempo (e graças a Deus por isso) e, também, tem a reviravolta pessoal... Alguém surgiu, ou melhor, ressurgiu.

Tentando evitar maiores expectativas, as quais podem vir a ser frustradas (ou não, vá saber...), manterei esse assunto não em "sigilo", mas em reserva, pelo menos por hora.

Estou vivendo um bom momento. Dificuldades constantes, é verdade, contudo, percebo a esperança renovada no meu coração. Acredito que isso decorra da recente reaproximação de Deus.

Fé.

"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." (Hebreus 11:1)

Fé e Amor.

"Mas o que eu penso mesmo
É encontrar alguém que me dê carinho e beijo
Me trate como um nenêm,
Me trate muito bem
Ah, eu só quero amor
Seja como for o amor
Seja bom, seja bom,
Seja bom, seja amor
Me faz mais feliz
Me dá asas pra fluir
E cantar o amor"
(Tiê)

Fé e Amor, uma combinação perfeita.

Bjo, bjo

0 E o que temos para hoje...

quarta-feira, 2 de maio de 2012
Então Blogueiros,

Às vezes eu fico pensando que não tem mais jeito. Parece que fiquei estigmatizada por conta do último relacionamento.
Não consigo me envolver com ninguém, ou se me envolvo, dura tão pouco que sequer pode ser considerado como algo concreto.
Me prometi que não deixaria ninguém nunca mais me magoar, mas com isso e, para efetivar isso, levantei tantos muros ao meu redor que hoje, já não vejo como sair.

Engraçada a vida. Ela está sempre nos pregando alguma peça. Se sou crédula e tenho o coração aberto e disposto a me aventurar no amor, vem alguém pra destruir tudo o que levei uma vida inteira para construir. Se tenho o coração receoso e desconfiado, me cerco com tantas barreiras de proteção, que ninguém se dispõe a ultrapassá-las e enxergar o que está do outro lado.

Sim, eu sei. Eu sei que do outro lado há uma pessoa que foi tão magoada, tão pisada, tão enganada, tão ferida, que se esconde atrás de muitas desculpas por medo de viver tudo outra vez. Entretanto, sei também, que agora há uma mulher melhor. Mais realista, mais sensata, mais pé no chão, mais madura, mas que está pronta para amar outra vez.

Estou cansada. Cansada, cansada, cansada.

Será que algum dia terei e viverei a dádiva de amar e ser amada? Será que algum dia essa realidade nua e crua terá um gostinho de mel?

Não sei. E essa incerteza e tantos desencontros estão acabando comigo.

É isso o que temos para a quarta, que tem cara de segunda-feira...

"Em vez disso, as emoções costumam se misturar durante muitos anos num cozido de contradições desconfortavelmente cru." (Elizabeth Gilbert in Comprometida).

Bjo, bjo

0 Bom dia quinta-feira. É hora de refletir.

quinta-feira, 19 de abril de 2012
ABSOLVENDO O AMOR

Duas historinhas que envolvem o amor.
A primeira: uma mulher namora um príncipe encantado por três meses e então descobre que ele não é príncipe coisa nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. São todos assim, os homens. Ela resmunga: "Não dá mesmo para acreditar no amor".

Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa desses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e a partir daí não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar tentando. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é para contribuir, para apimentar, para fazer feliz. Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigada e até a próxima. Fique com o cartão dele, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque esse estará sempre a postos.

Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor pra sempre é azar ou incompetência. Só não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão pra existir. Não adianta querer compensar com amor pelos amigos, filhos e cachorros, não é com eles que você fica de mãos dadas no cinema.

Segunda história: uma mulher ama profundamente um homem e é por ele amada da mesma forma, os dois dormem embolados e se gostam de uma maneira quase indecente, de tão certo que dá a relação. Tudo funciona como um relógio que ora atrasa, ora adianta, mas não pára, um tiquetaque excitante que ela não divulga para as amigas, não espalha, adivinhe por quê: culpa. Morre de culpa desse amor que funciona, desse amor que é desacreditado em matérias de jornal e em pesquisas, desse amor que deram como morto e enterrado, mas que na casa dela vive cheio de gás e que ameaça ser eterno. Culpa, a pobre mulher sente, e mais: sente medo. Nem sabe de que, mas sente. Medo de não merecê-lo, medo de perdê-lo, medo do dia seguinte, medo das estatísticas, medo dos exemplos das outras mulheres, daquela mulher lá do início do texto, por exemplo, que se iludiu com mais um bobalhão que desapareceu sem deixar rastro - ou bobalhona foi ela, nunca se sabe.

Mas o fato é que terminou o amor da mulher lá do início do texto, enquanto que essa mulher de fim de texto, essa criatura feliz e apaixonada é ao mesmo tempo infeliz e temerosa porque teve a sorte de ser premiada com aquilo que tanta gente busca e pouco encontra: o tal amor como se sonha.

Uma mulher infeliz por ter amor de menos, outra, infeliz por ter amor demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve. E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí é o luxo supremo. Qualquer amor merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós.

(Martha Medeiros)



Bom dia Blogueiros,

Tá aí uma crônica da Martha Medeiros para refletirmos um pouco em plena quinta-feira.
O mais torturante?!? Pensar que "quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele (o amor), somos nós.".
Punk...

Bjo, bjo

0 Qualquer um

domingo, 8 de abril de 2012
QUALQUER UM

A reclamação é antiga, mas continua vigente: mulheres se queixam de que não há homem "no mercado".

Acabo de receber um e-mail de uma delas, contando que faz parte de um grupo de mulheres na faixa dos 35 anos que são independentes, moram sozinhas, trabalham, falam idiomas, são vaidosas, têm cultura, fazem ginástica e, mesmo com tantos atributos, seguem solteiras e temem não haver tempo para formar a própria família. No finalzinho da mensagem, descubro uma pista para a solução do problema: "Apesar de o relógio biológico estar nos pressionando, não queremos procriar com qualquer um. Queremos um cara bacana para ir ao cinema, almoçar no domingo, viajar nos finais de semana."

Claro. Quem não quer?

Não há problema nenhum em ser exigente, em querer uma pessoa que seja especial. O que me deixa intrigada é que há mais probabilidade de você encontrar "qualquer um" do que um deus grego com um crachá escrito "Príncipe Encantado". Então me pergunto: as mulheres estarão dando chance para que este "qualquer um" demonstre que está longe de ser um qualquer?

Sou capaz de apostar que a maioria das mulheres, no primeiro papo, já elimina o candidato, e quase sempre por razões frívolas. Ou porque o sapato dele é medonho, ou porque ele não sabe quem é Roman Polanski, ou porque ele gosta de pizza de strogonofe com banana, ou porque ele só gosta de comédia, ou porque ele mistura steinheger com cerveja, ou porque o carro dele é um carro do ano. Do ano de 1991.

Imagina se você, proveniente de uma família estruturada, criada dentro de padrões de bom gosto, com qualidades encantadoras, vai se envolver com esse... com esse... com esse sei-lá-quem.

Pois o "sei-lá-quem" pode ser, sim, aquele cara bacana que levará você para almoçar no domingo, mas você tem que dar uma mãozinha, minha linda. Recolha seus prejulgamentos, dê umas férias para seus preconceitos, deixe seu orgulho de lado e saia com ele três, quatro vezes, até ter certeza absoluta de que o sapato medonho vem acompanhado de um caráter medonho, de um mau humor medonho, de uma burrice medonha. Porque se o problema for só o sapato e a pizza de estrogonofe, isso dá-se um jeito depois, ele não há de ser tão inflexível.

Aliás, e você? Garanto que também não sai pela rua com uma camiseta anunciando "Mulher Maravilha". Ele também vai ter que descobrir o que há por trás da sua ficha estupenda, e vá que ele implique com as três dezenas de comprimidos que você ingere por dia, com sua recusa em molhar o cabelo no mar, com sua fixação por telefone ou com os seus sutiãs do ano. Do ano de 1991 também.

Essa coisa chamada "história de amor" requer um certo tempo para ser construída, e as que dão certo são aquelas vividas com paciência, com o espírito aberto, e geralmente com qualquer um que consiga romper nossas defesas e nos fazer feliz.

Martha Medeiros


Blogueiros,

A Martha sempre tem razão.
Muitos acontecimentos nos tornaram exigentes demais, seletivoas demais, maravilhosos demais, deprimentes demais, tudo demais.
Talvez seja o tempo de dar uma chance. Não para o outro, mas para nós mesmos. Afinal, até quando degladiaremos no mundo em busca de respostas, de vinganças, de confiança, de alento, atenção e perfeição?

A perfeição não existe meu bem, é utópica e surreal demais. O que existe é uma sequência de erros e acertos provenientes da própria natureza humana, cheia de falhas e lacunas, as quais tentamos freneticamente preencher, seja com o amor, com a fé, com a inletectualidade, a profissão, os hobbies, as nóias, os vícios...

Seja como for, permita-se viver. Aceite-se. E, principalmente, aceite o outro.

(Aceitar, não quer dizer amar).

Bjo, bjo e boa páscoa.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Blogueiros,

Dizem que nada é para sempre.

Mentira!

Um sonho, não importa o que aconteça, sempre será para sempre.

Sempre.

Não se esqueça...

Nice. França
Bjo, bjo

0 Change The World... Change you.

quarta-feira, 21 de março de 2012
Change The World. Eric Clapton




"Se eu pudesse alcançar as estrelas
Puxaria uma pra você
Brilhando no meu coração
então você poderia ver de verdade
esse amor que tenho dentro de mim
é tudo que você vê
mas por agora eu descobri
está apenas em meus sonhos
que eu posso mudar o mundo
eu seria o brilho do sol no seu universo
você pensaria que meu amor é realmente uma coisa boa
baby, se eu pudesse mudar o mundo..."

Blogueiros,

Acho que a música dispensa maiores comentários.
Penso apenas que, se eu pudesse, não mudaria somente o mundo, mudaria sim, algumas pessoas, para fazer delas, minhas.

Bjo, bjo...

0 Incertezas

domingo, 18 de março de 2012
Como sempre, ocupada.
Como sempre, com saudade de escrever.
Como sempre, trabalhando muito.
Como sempre, tentando entender um pouco a vida (pelo menos a minha).

Ao que tudo indica, meus 26 anos estão sendo mais marcantes do que o previsto.

Algo novo?
Não, nem tanto.
O que é então?
A incerteza generalizada.

Incerteza na vida profissional.
Incerteza na vida com Deus.
Incerteza no coração.

É como disse a incrível Florbela Espanca no soneto Interrogação:

“Neste tormento inútil, neste empenho
De tornar em silêncio o que em mim canta,
Sobem-me roucos brados à garganta
Num clamor de loucura que contenho.

Ó alma da charneca sacrossanta,
Irmã da alma rútila que eu tenho,
Dize para onde eu vou, donde é que venho
Nesta dor que me exalta e me alevanta!

Visões de mundos novos, de infinitos,
Cadências de soluços e de gritos,
Fogueira a esbrasear que me consome!

Dize que mão é esta que me arrasta?
Nódoa de sangue que palpita e alastra.... 

Dize de que é que eu tenho sede e fome?!”

Sim, dize de que é que eu tenho sede e fome, pois estranhamente sinto fome e sede de tudo
Tudo.

Me sinto como na citação de Apollinaire, a beira do abismo, com medo, sem saber se posso ou melhor, se consigo, voar.
"Venham até a borda, ele disse.
Eles disseram: Nós temos medo. 
Venham até a borda, ele insistiu.
Eles foram. 
Ele os empurrou e eles voaram."


Bjo, bjo 

0 O Nosso Mundo

domingo, 11 de março de 2012
O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos

O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la!

Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor! ... As nossas bocas juntas!...
(Florbela Espanca. Livro de Soror Saudade. 1923.)

Então blogueiros,

A vida é imprevisível. Nós somos imprevisíveis.
O que é o “hoje”? E o “amanhã”? O que é o “presente”? E o “futuro”?
Quem sou? Quem eu gostaria de ser? Quem eu posso ser?
Quem está na minha vida hoje? Quem estará amanhã?
Quem eu amei? Quem ainda amo? Quem ainda irei amar?
Concordo com Florbela Espanca ao dizer que "A Vida, meu amor, quero vivê-la!", mas como, quem me acompanhará, ou se deverei seguí-la sozinha, é uma grande incerteza.
A vida é incerta.
Eu sou incerta.
Eu me perco. Eu me confundo.
Eu me interrogo. Eu não me entendo.
Eu não sei aonde ir. Eu não sei se devo ficar.
Eu não sei se devo tentar. Será que devo recuar?

Eu não sei tanta coisa e, sinceramente, não tenho a quem perguntar.

...

0 Is a gift

domingo, 26 de fevereiro de 2012
"Aquarius Horóscopo Diário: 26 de fevereiro de 2012
As amizades serão confusas e complicadas hoje. Alguém pode confessar que quer ser mais do seu seu amigo. Se você é solteiro, você pode ver-se diante de propostas e ofertas de uma série de pretendentes, ansiosos e admiradores, as quais você tende a recusar." (Sic, grifei).

Boa noite Blogueiros,

Já faz um tempinho que não páro para escrever.
Tenho estado muito ocupada com o trabalho e as leituras, além da pós que toma todo o fds.
Muita coisa tem acontecido, mas não em fatos, paixões, brigas, tumultos ou sei lá o quê, é dentro de mim, no meu mundinho particular que as coisas estão diferentes.

Hoje, recebi um e-mail com um comentário novo em um post antigo. Fui lá para ler e responder, mas até encontrar o post nos arquivos do blog, fui passando e lendo um pouco do que vivi nos últimos meses e, cheguei a uma constatação inegável: sou outra pessoa agora.

Digo outra, não por uma mudança de personalidade ou algo do tipo, contudo, outra, por ter sentimentos diferentes, propostas diferentes, idealizações e buscas igualmente diferentes.

Graças a Deus por isso.

É algo maravilhoso perceber que estive no inferno, mas que saí de lá; que experimentei o opróbio do amor, mas que já não há o gosto de fel na boca; que ao ler os sonetos da explêndida Florbela Espanca, me identifico, mas no passado.

Não há nada melhor do que respirar sem sentir dor ou aperto no coração. Não há nada melhor do que sair nas ruas sem medo de encontrar um fantasma. Não há nada melhor do que conseguir extrair tanta coisa boa de uma experiência tão nociva e funesta. Não há nada melhor do que estar livre e livre de mim mesma.

Ao ler o horóscopo de hoje (uma mania nova e incurável) percebi escapar, no canto da boca, um pequeno sorriso. Recusar.

Segundo o Dicionário Web:

Recusar (re-cu-sar)
v.t.
Não aceitar uma coisa oferecida; declinar; repelir: recusar um presente; recusou a proposta por julgá-la ofensiva.
Não conceder o que é pedido: recusar uma esmola.
Resistir a, não aceder: recuso obedecer-lhe.
Desaceitar, não admitir.

Como é bom recusar. Não genericamente, claro. Recusar, nesse caso, significa escolher. Escolher de mente sã, coração limpo e certa do que se quer.

É muito bom me ver assim hoje. Sensata, ponderada, esteta¹. Is a gift. Um dom.

Beijo, beijo e bom restinho de domingo.

Obs.1: Esteta: pessoa que aprecia e pratica o belo como valor essencial. Palavra nova no meu dicionário. Gostei =)

0 Saudade é não saber. Saudade é não querer saber.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
"A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.


Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Sauda...de do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."
 
(Martha Medeiros)

Então...
Se saudade é não saber, é não querer saber, bem, ela existe, mesmo sem querer.
Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! rs.
O que passou, passou. E é lá, no passado, que certas coisas devem ficar. Pra sempre.

Ah..! Deixo uma música que combina com o feriado e com meu coração hoje.
Esse carnaval me trouxe um presente, uma novidade, um sentimento novo e fresco. Tudo de bom! (LFM).

"Vem comemorar
Escandalizar ninguém
Vem me namorar,
Vou te namorar também
Vamos pra avenida
Desfilar a vida, carnavalizar"

(Marisa Monte)

Bjo bjo e bom final de carnaval galera do bem!


0 Devagar, o tempo transforma tudo em tempo

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Boa noite Blogueiros,

Encontrei esse vídeo, meio por acaso no youtube e adorei.
De fato,

"Devagar, o tempo transforma tudo em tempo. O ódio transforma-se em tempo. O amor transforma-se em tempo. A dor transforma-se em tempo. Os assuntos que julgamos mais profundos, mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis, transformam-se devagar em tempo. Mas, por si só, o tempo não é nada, a idade não é nada, a eternidade não existe."

(Poema de José Luis Peixoto).




O tempo é uma benção e não uma maldição.

Bjo, bjo