O Nosso Mundo

domingo, 11 de março de 2012
O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos

O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la!

Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor! ... As nossas bocas juntas!...
(Florbela Espanca. Livro de Soror Saudade. 1923.)

Então blogueiros,

A vida é imprevisível. Nós somos imprevisíveis.
O que é o “hoje”? E o “amanhã”? O que é o “presente”? E o “futuro”?
Quem sou? Quem eu gostaria de ser? Quem eu posso ser?
Quem está na minha vida hoje? Quem estará amanhã?
Quem eu amei? Quem ainda amo? Quem ainda irei amar?
Concordo com Florbela Espanca ao dizer que "A Vida, meu amor, quero vivê-la!", mas como, quem me acompanhará, ou se deverei seguí-la sozinha, é uma grande incerteza.
A vida é incerta.
Eu sou incerta.
Eu me perco. Eu me confundo.
Eu me interrogo. Eu não me entendo.
Eu não sei aonde ir. Eu não sei se devo ficar.
Eu não sei se devo tentar. Será que devo recuar?

Eu não sei tanta coisa e, sinceramente, não tenho a quem perguntar.

...

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