4 A ideia que fazemos de alguém

domingo, 29 de maio de 2011
"Nunca amamos ninguém.
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.

É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isso é verdade em toda a escala do amor.
No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa."
(Fernando Pessoa)

Boa tarde blogueiros,

Aviso desde já que o post será longo, portanto, se estiver cansado, sem paciência ou se está aqui 'só de bobeira' não leia ok?!

Agora, se vc está afim de se perder (como eu ainda me sinto),  se indagar, tentar entender, fique bem a vontade. Espreguiçe, se ajeite na cadeira, no sofá ou na cama, ou aonde quer que esteja e me ajude. Me ajude a compreender o que sinto.

Pois bem. Murph gosta de me sacanear. Sempre. E em um sábado a noite não poderia ser diferente, claro.

Pra quem acompanha o blog, sabe muito bem da atual conjectura do meu universo particular. 

A garota que vos escreve está solteira, em um processo intenso e punk de renovação pessoal, utilizando-se de vários artifícios para alcançar com máxima brevidade o resultado pretendido: SER FELIZ OUTRA VEZ.

Utópico não é mesmo!? rs.
Maaaaas, voltando ao Murph, eis que pela 3ª semana consecutiva me dirijo a Sedna (uma boate super badalada da cidade), num sábado a noite, pra curtir o som do DEXTERZ e óbvio, ver o gatinho do Junior Lima tocar (sim sim, sou da época em que tds as garotas do país eram fãs da duplinha meio brega e fofa Sandy & Junior, e dai?! rs).

Porém, como tenho saído praticamente o mês todo, estou com os pés destruídos pelo salto alto. Foi então que tive a estúpida ideia de dar uma pausa em todo o glamour e aderir ao visual "despojado e relax" (grande besteira), com direito a vestidinho clean, rasteira (super estilosa - é verdade, mas ainda assim é uma rasteira) e acessórios básicos; ontem estava tudo muito básico mesmo, enfim...

Chego lá e dou de cara com o ex* (elogios retirados), abraçado com a garota* (elogios retirados) que de tanto infernizar o namoro acabou conseguindo o que queria: ele de novo (confirmação das minhas suspeitas. Droga.).

Pânico. Total.
Fiquei naquela: vou embora ou fico aqui? fujo ou enfrento? sofro ou me escondo?

Fiquei. Enfrentei. Sofri. Enxerguei.

Ontem, pela primeira vez, passado mais de ano de convivência, enxerguei o falecido REAL, sem máscaras, desnudo da ilusão criada por mim, e foi um choque. 

Só agora entendo por que F. Pessoa escreveu: "Nunca amamos ninguém.  Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém." 

É isso mesmo mon chèr. 

Eu NUNCA amei o cara que encontrei ontem na balada. NUNCA. 
É IMPOSSÍVEL amar o cara de ontem. É IMPOSSÍVEL amar o falecido REAL. Ele causa repulsa, desprezo e nojo. É um lixo ambulante. Aquele quem foi dono do meu coração e de tudo o mais é outra pessoa. É o falecido que eu inventei, mas que não existe. Nunca existiu e nunca existirá.

Saber disso é doloroso e também é libertador. Quão aliviante é a sensação que tenho hoje. Tenho o coração anestesiado, ferido e magoado - é verdade, mas com o sangue estancado.



Acordei tentando entender tudo o que aconteceu ontem. Faço as seguintes ponderações:

1. "Nunca amamos ninguém.  Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém."

2. Nunca, mas nunca mesmo amei o falecido real. Amei uma ilusão. Uma fantasia criada por mim e mantida pelo ex* (elogios retirados).

3. Nós nunca conhecemos o outro. Nunca. O ser humano consegue sempre surpreender; mentindo, enganando, mutilando, sem se importar com a dor e devastidão causada, afinal, ele só se importa com o próprio umbigo* (elogios retirados).

Assim como a terapia, não entendo muito bem o que isso representa ou como me modificará e ajudará agora. Por mais que eu tente entender, tenho apenas impressões, pensamentos confusos e emoções à flor da pele. Mas de uma coisa estou certa, me fará bem, muito bem...

Bjo, bjo

3 Adorável Psicose

sexta-feira, 27 de maio de 2011
Boa  noite blogueiros queridos,


Pra fechar a sexta-feira com chave de ouro compartilho com vcs um vídeo hilário da série Adorável Psicose, que conheci meio que por acaso, "fuçando" na net e simplesmente a-d-o-r-e-i!!!!!!

Li o blog, conheci a série, assisti todos os episódios da 1ª Temporada e estou ansiosíssima pela 2ª Temporada. Nem preciso falar o quanto me identifiquei né?! A Natalia é peça rara, uma comédia! E a Dra. Frida então?! Uma figura! hahahaha. Mas deixo registrado que a Dra. Jolie (my psico) é maravilhosa e nem se parece com a Frida...

Natalia Klein criadora do blog e série Adorável Psicose

Para quem ainda não conhece, Adorável Psicose é uma série de humor da televisão brasileira exibida pelo canal Multishow, criada e estrelada por Natalia Klein. A comédia tem como base as experiências vividas por Natalia, retratadas em seu blog homônimo. O programa é exibido sempre aos domingos, às 22h30. A primeira temporada estreou no dia 17 de outubor de 2010 e contou com 5 episódios. A segunda temporada estreou agora em maio de 2011 e terá 13 episódios.

Natalia é uma jovem que acha dilemas nos mínimos aspectos da sua vida. Qualquer que seja a situação do dia, sua reação não é normal. Por isso, ela decide procurar tratamento com uma psicanalista, a Dra. Frida. As consultas servem para que a personagem revele seus problemas pessoais e sociais. A proposta da série é parecida com “As Confissões de Penélope”, estrelada por Eva Wilma em 1969. Nessa atual versão, Natália é solteira, tendo ao seu lado dois melhores amigos que tentam ajudá-la. No elenco também estão Juliana Guimarães, Carol Portes e Raoni Seixas.

Essa semana, procurando os vídeos da 2ª Temporada encontrei no site da Multishow um trecho do primeiro episódio e quase tive "um treco" de tanto rir! Isso sim é humor de qualidade! Palmas para Natalia Klein!

Espero que gostem.

Excelente fds!

Adorável Psicose. 1º Episódio da 2ª Temporada: O movimento é sexy, mas o gatinho é  "meia-bomba ".



"Tava tudo perfeito demais. O cara era bonitinho, inteligente, engraçado, fofo... O universo tinha que se vingar de mim e balancear isso de alguma forma. E balanceou, da forma mais literal possível." (Natalia Klein, a figura!)

Bjo, bjo!

1 Mudanças

quarta-feira, 25 de maio de 2011
Boa noite blogueiros,
Como viram o blog está de cara nova, para acompanhar a dona. Gostaram???
Hoje, só gostaria de compartilhar alguns textos e pensamentos legais sobre a atual fase de mudança e crescimento.
Espero que gostem.

Bjo, bjo


"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida.
Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue."
(Clarice Lispector em Um sopro de vida)



"Neste ano vou esquecer os meses, dias, horas e segundos que te carreguei dentro de mim. Vou anular as vezes em que deixei sua voz tomar conta do meu corpo, de minhas ações, de minha vida. Agora é diferente, tudo mudou. Mudou porque não foi você quem me deixou, mas eu quem te arrancou de mim, como quem arranca um espinho da carne à unha, sem deixar um fragmento sequer. Joguei você para fora de minha vida, de meus pensamentos, de meu eu. Dei a mim mesma a oportunidade de acreditar em minhas ideias, dando crédito às minhas mais loucas fantasias e aos meus mais desejados sonhos. Agora já posso sentir o cheiro e o frescor da liberdade, como gotas de orvalho que molham as manhãs. Sinto a brisa da alegria pairar sobre mim e a dose exata da felicidade tomar conta de meus sentidos. Agora tudo tem cheiro, textura. Tudo tem sabor e as cores vibram mais do que nunca. Viver sem você é viver em plenitude. É poder se entregar à vida. Poder sentir prazer sem culpa, sem resistir.
Agora posso encher os pulmões e gritar aos quatro ventos que o sufoco de sua presença não existe mais.
Ter de deixado para trás só me fez bem, só me deu segurança, alegria. Há quem acredite que conviver com você possa ser benéfico para alguma coisa. Não acredito. Você mata sonhos em doses homeopáticas de covardia e insegurança e os leva para longe, em um lugar inacessível, inalcançável.
Sem a tua presença, não corro mais dos riscos, agora assumo todos, por minha conta.
Aprendi que tudo é aprendizado, tudo. Aprendizado que me faz crescer, ir para além de minhas próprias expectativas . Aprendizado que me excita, me molda e me transforma a cada dia em alguém mais interessante, mais desprovido de você, MEDO." (Viviane Duarte)


“Nós não gostamos delas. Nós a tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças, ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes... às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.” (Meredith Grey)


"Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Fui ser feliz, e não volto." (Caio Fernando Abreu)

 

Não volto mesmo...

Bjo, bjo

3 A lousa está apagada.

terça-feira, 24 de maio de 2011
"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito" (Machado de Assis)

Machado de Assis sempre me faz refletir. Acabo por me perder em meus pensamentos e entregue à escrita, busco orientação.

Passados dois meses de choro, dor, sofrimento e solidão, me vejo vivendo uma realidade completamente diversa da experimentada até então.

Novas amizades, companias agradáveis, talvez, levemente desajuizadas (rs) , outras perspectivas a respeito de mim, do presente e do futuro.

Tenho me surpreeendido constantemente com essa revolução pessoal; tenho os olhos abertos e almejosos por cada mudança; tenho a boca salivando por cada beijo doce, acompanhado de uma taça de champagne; tenho meu coração pulsando no ritmo da batida de uma nova canção. A minha.
 É a alegria da descoberta de mim. Isso mesmo, a decoberta de mim. Sou eu me perdendo e me encontrando no meu infinito particular.

Tenho vontade de tudo. De voo, de roda gigante, de grito, de dança, gargalhadas, som, cheiro, chuva, beijo...




A lousa está apagada. Um novo caso pode ser escrito. (...)

Bjo, bjo

2 Solidão. Opção. Amor. Sofrimento. Tempo. Indeterminado.

sábado, 21 de maio de 2011
Olá blogueiros.
Acabei de assistir o último episódio da 7ª Temporada de Greys Anatomy e não poderia deixar de registrar o que Merdith Grey disse nos instantes finais.

Para quem não conhece, Grey’s Anatomy é um drama médico norte-americano exibido no horário nobre da rede ABC. O seu episódio piloto foi transmitido pela primeira vez em 27 de Março de 2005 nos EUA. A série é protagonizada por Ellen Pompeo, como a Dra. Meredith Grey, residente do fictício hospital cirúrgico Seattle Grace, em Seattle, Washington, o mais rígido programa cirúrgico de Harvard. 

A série é focada nela e nos seus colegas, também internos: Cristina, Izzie, George e Alex, mostrando as suas vidas amorosas e as dificuldades pelas quais passam no trabalho. O título da série é uma brincadeira com Gray’s Anatomy (A Anatomia por Gray), o famoso livro de anatomia de Henry Gray. A série, exibida nos EUA após o hit Desperate Housewives, depressa se tornou um sucesso.

Eu sou fã e acompanho a série há anos! Vale muito a pena assistir.

Mas, voltando ao post, registro aqui o texto de Meredith que me fez repensar algumas coisas extremamente significativas. Solidão. Opção. Amor. Sofrimento. Tempo. Indeterminado.

"Há um motivo para eu dizer que seria mais feliz sozinha.
Não foi porque eu pensei que seria mais feliz sozinha.
Foi porque eu pensei que se eu amasse alguém
E depois acabasse
Talvez eu não conseguisse sobreviver.
É mais fácil ficar sozinho
Porque, e se vc descobrir que precisa de amor?
E depois vc não o tem?
E se vc gostar?
E depender dele?
E se vc modelar a sua vida em torno dele?
E então... ele acaba.
Vc consegue sobreviver a essa dor?
Perder um amor é como perder um órgão.
É como morrer.
A única diferença é que
A morte termina.
Isso... pode continuar para sempre."


Eu sequer preciso dizer o que penso sobre isso né?! ...
E vcs, o que acham?
Bjo, bjo e bom sábado

2 Até onde irei?

quinta-feira, 19 de maio de 2011
 

"Que minha solidão me sirva de companhia
que eu tenha a coragem de me enfrentar
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo" (Clarice Lispector)

Bom blogueiros, ontem foi o dia de mais um importante marco na minha vida.
Deixo de especificar o fato, pois não se limita a mim...
Somente vos asseguro que tive coragem de me enfrentar, soube ficar com o 'nada' e ainda assim, senti-me viva e plena, de tudo e de um todo.

Entretanto, sinto pelo caos causado. Me desculpe. Jamais imaginei a proporção que poderia tomar (imaginei, mas não desejei, tampouco esperei). Algumas coisas, infelizmente, fogem ao nosso controle. Foda.

O dia foi absurdamente angustiante, assustador e apavorante.
Às vezes não me reconheço, e o que vejo não gosto ou aprovo, mas tanta coisa aconteceu para me fazer chegar aqui.

Até onde irei?

Não sei. Não sei. 2.

PS: A música do Jamie Cullum é só uma prévia do que verei no Gurten Festival. Sim! Estarei em Bern, na Suiça, para o festival, durante meu pequeno tour pela Europa (Meta 3). Vamos???
Simplesmente imperdível!

Bjo, bjo

1 O fabuloso destino de Sara Caroline

segunda-feira, 16 de maio de 2011
Boa noite blogueiros.
Hoje só gostaria de deixar com vcs uma música que gosto muito e que sempre me traz sensações boas.

La valse d'Amélie Poulin



Quero e pretendo falar sobre o filme (O Fabuloso destino de Amélie Poulin) em outra oportunidade, mas por hora fica a canção, para ouvir e ouvir repetidas vezes...

Bjo, bjo e bons sonhos

0 Frase da Semana

domingo, 15 de maio de 2011
"Eu hoje joguei tanta coisa fora, eu vi o meu passado passar por mim, cartas e fotografias, gente que foi embora. A casa fica bem melhor assim" (Herbert Vianna)



Um amigo me indicou uma caixa, resolvi encomendar um lote inteiro! Vou tomar as pílulas compulsivamente! rs.

Bom domingo galera.

Bjo, bjo

0 Um Brinde a Vida. O luto acabou.

sábado, 14 de maio de 2011
A Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar, para mim, no entanto, a história é um pouco diferente.

Ontem, sexta-feira 13, foi um importante marco no meu processo de Renovação.
Depois de uma semana conturbada e cheia de altos e baixos (mais 'baixos' diga-se de passagem), decidi, conscientemente ou não, vencer alguns obstáculos.

1º Ouvir música sertaneja
Tá, sei que boa parte das pessoas que conheço e convivo ODEIAM o sertanejo, provavelmente, até vc que me lê agora, mas eu gosto muito! rsrsrsrs. Entretanto, desde o término não ouvia mais, pela depressão que me causava (fato inconteste). Mas ontem, com o início da Pecuária em Goiânia não resisti e, compulsivamente comecei a CANTAR em ALTO e BOM TOM a música 'Telefone mudo'!

Gente do céu essa música é tradiçãããããããão em Goiás! hahahahaha. E cantá-la, esgualadamente, no trânsito, às 18h, NÃO TEVE PREÇO!
Foi cômico! O povo olhando e eu nem aee, cantando e cantando! rs.
Por isso queridos blogueiros deixo essa pérola para ouvirem. Sinta o sertanejo de raiz tocar na sua veia! hahahahaha.
Brincadeiras à parte, vcs não imaginam a importância disso pra mim. É como um grito de liberdade! Um 'FUCK YOU' pro falecido e um largo sorriso para a vida! Aoooooooooooo tchêtchêtchê!!!!
Aprecie sem moderação.

"Eu quero que risque o meu nome da sua agendaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Esqueça o meu telefone não me ligue mais
Porque já estou cansado de ser o remédio
Pra curar seu tédio
Quando seus amores não lhe satisfazem

Cansei de ser o seu palhaço
Fazer o que sempre quis
Cansei de curar sua fossa
Quando você não se sentia feliz

Por isso é que decidi
O meu telefone cortar
Você vai discar várias vezes
Telefone mudo não pode chamar"




2º Sair pra balada
Após o deleite sertanejo (rs), resolvi aceitar o convite de uma amiga que insiste comigo há um bom tempo pra sair.
Onde fomos?
Sedna Lounge.
Se foi bom?
Foi perfeeeeeito!!!!

Meu brinde foi a vida, as novas oportunidades que têm surgido e especialmente AO FIM DO LUTO!
Chega.
Sexta-feira 13 e nada de azar. Sorte, muita sorte!

E a renovação continua...

Bjo, bjo e um sábado tão feliz quanto a sexta.

0 Perto do Coração Selvagem

sexta-feira, 13 de maio de 2011
Boa tarde blogueiros.
Hoje algo estranho aconteceu.
Meu blog ficou fora do ar o dia todo. Travado. E o último post foi excluído pelo Blogger, assim como os comentários, sei lá por que cargas d'água. Tá tudo em pane. Fiquei temerosa. Entro em pânico só de pensar na possibilidade de perder tudo o que tenho aqui. Estranho. Muito estranho.

(Sexta-feira 13???? Será?! Não, não, não! Nada de superstição! Saaaaaaaai pra lá tudo de ruim!).

Acabo de escrever esse parágrafo e me surpreendo. Comecei a ler "Perto do Coração Selvagem" da maravilhosa Clarice Lispector (eu? fã em absoluto!) e vejo o quanto tal leitura me influencia. Influencia meu pensamento, meu humor e meu jeito de escrever. Bom bom bom.

E é refletindo sobre o que tenho lido que quero compartilhar com vcs um trecho do livro, bem conhecido. Espero que gostem.


"Olho por essa janela e a única verdade, a verdade que eu não poderia dizer àquele homem, abordando-o, sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais. Lembro-me de um estudo cromático de Bach e perco a inteligência. Ele é frio e puro como gelo, no entanto pode-se dormir sobre ele. Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação.

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo. Sinto quem sou e a impressão está alojada na parte alta do cérebro, nos lábios — na língua principalmente —, na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer. O gosto é cinzento, um pouco avermelhado, nos pedaços velhos um pouco azulado, e move-se como gelatina, vagarosamente.

Às vezes torna-se agudo e me fere, chocando-se comigo. Muito bem, agora pensar em céu azul, por exemplo. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo? Não, não
passo bem. Pois ninguém se faz essas perguntas e eu... Mas é que basta silenciar para só enxergar, abaixo de todas as realidades, a única irredutível, a da existência. E abaixo de todas as dúvidas — o estudo cromático — sei que tudo é perfeito, porque seguiu de escala a escala o caminho fatal em relação a si mesmo. Nada escapa à perfeição das coisas, é essa a história de tudo.

(...) Mas estou cansada, apesar de minha alegria de hoje, alegria que não se sabe de onde vem, como a da manhãzinha de verão. Estou cansada, agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada. Mas agora já é desejo de poesia, isso eu confesso, Deus."


Bjo, bjo e uma sexta-feira 13 repleta de coisas boas!!!!

0 A Voz Do Silêncio

quarta-feira, 11 de maio de 2011
"Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.
E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.

(Marta Medeiros)

Oi gente.
Hoje acordei tão deprê, tão 'chué', com vontade de colo, cafuné, bajulação e beijo bom.
Acho que é culpa da TPM, mas temo que não seja exatamente isso.
Só espero que passe logo. Já me cansei de tantos dias melancólicos, sofridos e sem cor.
Sai pra lá tristeza! Credo.

Bjo, bjo

3 De tudo o que ele me deu, o melhor foi um pé na bunda!

domingo, 8 de maio de 2011
Boa noite blogueiros =]
Recebi uma dica da queridona Andréa, que passa por aqui vez ou outra, sobre um site super bacana, onde encontrei o texto que transcrevo a seguir (http://lucielaineandreatti.multiply.com/reviews/item/19).
Me diverti horrores e me identifiquei demais, credo! rsrsrsrs.
Espero chegar a mesma conclusão, sem precisar passar por todo o caos descrito. E que Deus me ajude!


DE TUDO O QUE ELE ME DEU, O MELHOR FOI UM PÉ NA BUNDA

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: "olha, não dá mais". Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?

Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: "mas agora eu to comendo um lanche com amigos". Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.

Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito. Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve.

Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em Áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antônio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.

Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar.
Resultado disso tudo: silêncio absoluto...

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher demais para ele.

ELE QUEM MESMO?"


(Marta Medeiros)

Ráh! O texto é cômico e bem realista (rs). Não podia deixar de compartilhar com vcs. Gostaram?

Quero registrar ainda, meu super parabéns a todas as Mães pelo seu dia! Muita alegria, paz, saúde, paciência e amor, sempre e sempre.
Mãe TE AMO DEMAIS! Obrigado por tudo!

Uma semana sensacional pra tds nós.

Bjo, bjo

0 Os quatro amores

sábado, 7 de maio de 2011
Bonsoir blogueiros bonitos e queridos!
Como foi sua semana?
Novidades?
Eu tenho algumas...

Na última terça-feira, 05.04, fui ao show da Maria Gadú com um amigo muito especial. Críticas e reclamações sobre a organização, som e horário a parte. Apesar dos pesares, gostei muito da Gadú tímida e oscilante no palco, mas com sua inconfundível voz, doce e inebriante. Sou fã!

O trabalho foi estupefante! Termino a semana exausta e só quero dormir.
A dança, como sempre maravilhosa! O tango então... saio da aula exausta, porém, incrivelmente contente pela constante evolução do movimento. Bomdemais!
Amizade nova... poupa as palavras não é?!

Saudade da Dra. Jolie. Essa semana não pudemos nos encontrar, em decorrência de uma cirurgia que ela precisou fazer, mas na segundona, às 7h da matina, estarei lá, pronta pra falar, falar e falar, e saber dela tb.

Queria compartilhar com vc o trecho de um livro que estou lendo atualmente e que tem me aberto os olhos pra muita coisa... "Os quatro amores" de C.S. Lewis.

No livro, Lewis distingue a necessidade de amor (como o amor de uma criança para sua mãe) e o amor do depreendido-amor (epitomizado aqui de Deus pela humanidade).

Explica as naturezas mais básicas do amor até as mais complicadas, que a princípio, se parecem. Em consequência, Lewis formula a fundação para seu tópico (“o mais elevado não fica sem o mais baixo”) explorando a natureza do prazer, e divide então o amor em quatro categorias, baseadas nas quatro nas palavras gregas para o amor: afeição, amizade, eros e caridade.

Quero transcrever um trecho do 3º capítulo: Afeição, que me fez refletir bastante. Espero que goste.

"(...) O que temos não é o “direito de esperar” mas uma “expectativa razoável” de sermos amados pelas pessoas mais próximas, se nós e elas somos mais ou menos comuns. Talvez, porém, não sejamos. É possível que sejamos intoleráveis. Quando somos,a “natureza” trabalha contra nós. Isso ocorre porque as mesmíssimas condições de intimidade que tornam possível a Afeição também tornam possível - e com a mesma naturalidade - uma repulsa peculiarmente incurável; um ódio tão imemorial, constante, unilateral e às vezes inconsciente, como a forma correspondente de amor.

Siegfried, na ópera, não podia lembrar-se de época alguma em que cada um dos resmungos, movimentos impacientes e o arrastar dos pés do seu enfezado pai adotivo não lhe fossem odiosos. Como no caso da afeição, nunca percebemos o momento em que surge esse ódio. Sempre existiu. (...)

Seria absurdo dizer que falta Afeição ao rei Lear. Na medida em que a Afeição é Amor-Necessidade, ele a tem em excesso. A não ser que, à sua maneira, ele amasse suas filhas, não desejaria tão desesperadamente o amor delas. Os pais menos dignos de amor (assim como os filhos) podem estar cheios desse amor voraz. Mas esse amor coopera com a infelicidade do amado e de todos os outros. A situação se torna sufocante. Quando as pessoas já são inamáveis, a exigência contínua da parte delas (como se de direito) de ser amadas — seu senso manifesto de injustiça, suas
acusações, quer em voz alta e clamorosas ou simplesmente implícitas em cada olhar e cada gesto de auto-piedade ressentida - produzem em nós uma sensação de culpa (sendo
essa a sua intenção) por um erro que não poderíamos evitar e que não deixaremos de cometer.

Elas fecham o acesso a mesma fonte em que desejam beber. Se algum dia, em algum momento especial, surge um átomo de Afeição por elas, passam a exigir ainda mais o que nos petrifica de novo. E, como é natural, tais indivíduos sempre desejam a mesma’ prova de nosso amor; devemos colocar-nos do seu lado, ouvir e partilhar toda a
sua queixa contra alguém mais. Se meu filho realmente me amasse ele veria como seu pai é egoísta... se meu irmão me amasse tomaria meu partido contra minha irmã... se você me amasse não permitiria que fosse tratado deste modo.

E não percebem em momento algum o verdadeiro caminho. “Se quer ser amado, seja amável”, disse Ovídio. Aquele velho e alegre réprobo queria dizer apenas: “Se quer atrair as garotas, seja atraente”, mas a sua máxima tem uma aplicação mais ampla. O galanteador era mais sábio em sua geração do que o Sr. Pontifex e o rei Lear.

O que realmente surpreende não é que essas exigências insaciáveis dos inamáveis sejam feitas algumas vezes em vão, mas que com freqüência sejam satisfeitas. (...)

Assim, o caráter “espontâneo” ou imerecido da Afeição, suscita uma odiosa interpretação errônea. O mesmo se pode dizer de sua naturalidade e informalidade."


Foda né?!
Perceber que o amor-necessidade corrói tudo de bom que existe num relacionamento é horrível. Só espero que junto com o relacionamento, tenha acabado igualmente esse tipo de amor na minha vida...

Bjo, bjo, bom sábado e muita reflexão.

5 Como tudo mudou

terça-feira, 3 de maio de 2011
Boa noite blogueiros queridos!

Saudade de escrever.
Eu?!? completamente sem tempo =/
Muitas, muitas coisas aconteceram desde a última terça-feira.
Situações inusitadas, muita dança, o início da segunda pós graduação, casamento de primo, bolo, amigos + igreja + pizza, gente nova, bonita e bacana.

Nossa! Quanta coisa BOA!

Não podia deixar de escrever hoje, especialmente pelo marco que a data representa: 2 meses, desde o término.

Páro, penso, vejo e me surpreendo.
Tudo mudou. E mudou pra muito melhor!
Me vejo diferente, me sinto diferente, trabalho diferente, danço diferente. Estou diferente.

Estou feliz.

Feliz sim e agraciada por Deus!

Quero registrar aqui o meu muito Obrigado a Deus, minha família, aos amigos - dentre eles, VC blogueiro(a) querido(a) - e a Dra. Jolie, pois têm uma parcela super importante nesse processo de auto conhecimento e renovação. Vcs influenciaram sobremodo o atual estado de espírito.

Então, muito obrigado! Pelo amor, pelas orações, palavras de incentivo, conselhos, 'ouvidos' e 'olhos' atentos, zelosos e carinhosos. Muito, muito obrigado mesmo.

Voltei a gargalhar!!!!
Senti meu coração disparar em duas oportunidades!
(e eu achava que isso nunca mais fosse acontecer).
Me sinto voando num "balão em Paris"! (quem sabe em julho né?! rs)




E é pensando nessa viagem de balão, com múltiplos significados, que termino o post.
Deixo ainda, uma música da Maria Gadú (Paracuti) que gosto muito, até porque melodia, poesia e sonho nunca é demais...



Bjo bjo, e muitas horas de balão...