Intermináveis ondas de transformação

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
“Considero muito reconfortante a resistência do Augusteum, o fato de essa estrutura ter tido uma história tão atribulada e, mesmo assim, ter sempre conseguido se ajustar à loucura específica de cada época. Para mim, o Augusteum é como alguém que levou uma vida totalmente louca - alguém que talvez tenha começado como dona de casa, depois inesperadamente ficado viúva, em seguida virado dançarina para ganhar dinheiro, de alguma forma tenha se tornado a primeira dentista mulher do espaço sideral, e depois tentado a sorte na política - e que, mesmo assim, conseguiu manter intacta a consciência de si próprio durante cada reviravolta.
Olho para o Augusteum e penso que, no final das contas, talvez a minha vida na verdade não tenha sido tão caótica assim. É apenas este mundo que é caótico e nos traz mudanças que ninguém poderia ter previsto. O Augusteum me alerta para eu não me apegar a nenhuma idéia inútil sobre quem sou, o que represento, a quem pertenço ou que função eu poderia ter sido criada para executar. Sim, eu ontem posso ter sido um glorioso monumento a alguém - mas amanhã posso virar um depósito de fogos de artifício. Até mesmo na Cidade Eterna, diz o silencioso Augusteum, é preciso estar preparado para tumultuosas e intermináveis ondas de transformação.”

(Texto extraído do livro Comer, rezar, amar de Elizabeth Gilbert)

Então...

O blog esteve um pouco abandonado nos últimos dias. Eu sei.
O fato é que eu, assim como o Augusteum, apesar de ainda estarmos de pé, não esperávamos algumas mudanças caóticas e inesperadas.

Foi a perda de uma pessoa muito amada, uma coluna na família, um exemplo de homem, de fé e de amor;
Foi estar diante de alguém que, pela primeira vez em muito tempo, me fez desejar namorar outra vez;
Foi encarar uma mudança radical e desesperadora na vida desregrada que andava levando...

Estar diante da morte. Estar diante do amor. Estar diante do nada e, contraditoriamente, do tudo.

2011 está quase no fim e não vejo a hora de me despedir desse ano, que considero o mais tumultuado, confuso, terrível, angustiante, desestruturado e repleto das "intermináveis ondas de transformação.”

Estou de pé, mas não me pergunte como, pois a resposta eu não sei dizer.
O que sei agora é que meu coração está atordoado com tantas ideias e metas para 2012.
O maior anseio, posso confessar, é colocar no lugar todos os conceitos, conselhos, experiências e urgências aprendidas.

Antes que o ano chegue ao seu fim, compartilharei mais algumas coisas por aqui.
 
Me desejem sorte e sabedoria. Desejo o mesmo a cada um de vocês.
 
Bjo, bjo

0 comentários: