Essas coisas levam tempo...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011
“- O que você tem que está toda ensimesmada? - pergunta ele com seu sotaque arrastado, com um palito na boca, como de hábito.

- Não pergunte - respondo, mas em seguida começo a falar e lhe conto tudinho, concluindo com: - E o pior de tudo é que não consigo deixar de pensar obsessivamente no David. Pensei que tivesse esquecido ele, mas está tudo voltando.

- Espere mais seis meses, vai se sentir melhor - diz ele.

- Eu já esperei 12 meses, Richard.

- Então espere mais seis. Vá somando mais seis meses até esquecer. Essas coisas levam tempo.

Solto o ar pelo nariz com força, como um touro.

- Escute aqui, Sacolão — diz Richard. — Algum dia você vai olhar para trás, para este momento da sua vida, e pensar que época deliciosa de luto ele foi. Vai ver que estava lamentando a sua perda, e que o seu coração estava despedaçado, mas que a sua vida estava mudando, e que você estava no melhor lugar possível do mundo para fazer isso: em um lindo lugar de adoração, cercada de graça. Aproveite esse tempo, aproveite cada minuto.”

(“Comer, rezar, amar”, Elizabeth Gilbert)

Blogueiros queridos,

Esse final de ano está mexendo demais com minha cabeça.

Procurando um arquivo no note encontrei, meio por acaso, algumas fotos que havia “camuflado” em uma pasta, referentes ao antigo relacionamento. Resolvi abrir e ver o que havia ali, e tive uma agradável surpresa.

Vi fotos de momentos, viagens, aniversários e tantas outras passagens que marcaram o namoro e descobri...
Descobri que estou curada.
Curada das feridas outrora abertas, fruto dessa relação desmedida e obsessiva.

Eu o perdoei. (Não que para ele valha alguma coisa ou faça diferença. Foda-se. Para mim vale). E mais formidável que isso: eu também ME perdoei.

Passou 1, 2, 3... 9 meses até que eu pudesse, enfim, constatar o óbvio: Acabou. Doeu. Muito. Mas, passou. Superei. Estou livre.

Hoje entendo, vejo e vivo o que Richard disse a Liz.

“Algum dia você vai olhar para trás, para este momento da sua vida, e pensar que época deliciosa de luto ele foi. Vai ver que estava lamentando a sua perda, e que o seu coração estava despedaçado, mas que a sua vida estava mudando, e que você estava no melhor lugar possível do mundo para fazer isso: em um lindo lugar de adoração, cercada de graça. Aproveite esse tempo, aproveite cada minuto.” (sic).

Minha vida mudou e continuará mudando.
Não estive estática e inerte a tudo o que me ocorreu. Pelo contrário, eu batalhei, pelejei e venci.
Agora, estou aproveitando esse tempo, cada minuto, cada segundo dele.

Bjo, bjo

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