0 Blaue Blume

quarta-feira, 29 de julho de 2009

"A flor azul" é um termo do romantismo alemão utilizado para simbolizar o anseio por um objeto desconhecido. Até mesmo mais ressonante no original alemão, "blaue Blume", tal expressão foi cunhada por Novalis (1772-1801) para conotar intenso anseio pelo infinito.(...)' - David Downing in CS Lewis, o mais relutante dos convertidos.

Verdadeiramente, como CS Lewis e tantos outros, vivo em busca do Infinito.
Vivo o anseio desenfreado e desmedido por tudo aquilo que é Eterno e, por vezes, intocável, apesar da certeza de sua existência e presença marcante...
A Flor Azul é uma expressão que traduz esse sentimento, tão peculiar, tão especial.
Hoje entendo, e percebo bem, que essa procura termina quando encontro Deus. A procura termina, mas o processo de conhecimento apenas se inicia, e não tem fim.
Viver e conhecer a Jesus é surpreendente! E como nos diz a Palavra, "conheçamos e prossigamos em conhecê-lO", pois somente assim, firmados Nele, seremos saciados.
Somente Deus pode suprir em mim (e em nós), o desejo pelo Infinito. E eu, quero muito isso. Ser repleta e transbordante do Amor, Intensidade e Alegria de Deus.
Ah! Eu Quero-O!

0 De volta a minha Terra amada!

domingo, 26 de julho de 2009
Enfim, depois de alguns dias de merecido descanso, voltei a Goiânia.
Aqui, tudo me espera.
Fui recebida tão bem nessa cidade, que mal consigo acreditar.
Obs: Alguém me belisque! rs.
Brincadeiras a parte, cheguei, e com direito a espetaculares e maravilhosas surpresas!
Desejos realizados, assim, de uma hora pra outra!
Ah... estou feliz, como a muito tempo não ficava.
Ânimo novo! Resultado de novos ares e outras coisas tb...
Segredo! (rs).
Terminando o Domingo, e contente pela proximidade de segunda, muitas coisas boas ainda estão por vir, e eu, estou à espera delas...
sábado, 11 de julho de 2009
Que loucura é a vida.
Cheia de altos e baixos.
Repleta de surpresas.
Mas nossas escolhas, decisões, atitudes, determinam o nosso futuro, e hoje já não sei ao certo o que me aguarda.
Estou, hoje, particularmente feliz, apesar da confusão de sentimentos... rs
Mas é isso. Vivendo um dia de cada vez.
Cuidadosa e preocupada; às vezes ousada e, arriscando tudo o que pode.
Talvez valha a pena, ou não...

(Espero que sim)

0 Elegia quase uma ode - Vinícius de Moraes

quinta-feira, 9 de julho de 2009
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem.
O verso que mergulha o fundo de minha alma
É simples e fatal, mas não traz carícia...
Lembra-me de ti, poesia criança, de ti
Que te suspendias para o poema como que para um seio no espaço.
Levavas em cada palavra a ânsia
De todo o sofrimento vivido.

Queria dizer coisas simples, bem simples
Que não ferissem teus ouvidos, minha mãe.
Queria falar em Deus, falar docemente em Deus
Para acalentar tua esperança, minha avó.
Queria tornar-me mendigo, ser miserável
Para participar de tua beleza, meu irmão.
Queria, meus amigos... queria, meus inimigos...
Queria...
queria tão exaltadamente, minha amiga!

Mas tu, Poesia
Tu desgraçadamente Poesia
Tu que me afogaste em desespero e me salvaste
E me afogaste de novo e de novo me salvaste e me trouxeste
À borda de abismos irreais em que me lançaste e que depois eram abismos verdadeiros
Onde vivia a infância corrompida de vermes, a loucura prenhe do Espírito Santo, e idéias em lágrimas, e castigos e redenções mumificados em
[sêmen cru
Tu!
Iluminaste, jovem dançarina, a lâmpada mais triste da memória…
Pobre de mim, tornei-me em homem.
De repente, como a árvore pequena
Que à estação das águas bebe a seiva do húmus farto
Estira o caule e dorme para despertar adulta
Assim, poeta, voltaste para sempre.
No entanto, era mais belo o tempo em que sonhavas...

Que sonho é minha vida?
A ti direi que és tu, Maria Aparecida!
A vós, no pudor de falar ante a vossa grandeza
Direi que é esquecer todos os sonhos, meus amigos.
Ao mundo, que ama a lenda dos destinos
Direi que é o meu caminho de poeta.
A mim mesmo, hei de chamá-lo inocência, amor, alegria, sofrimento, morte, serenidade
Hei de chamá-lo assim que sou fraco e mutável
E porque é preciso que eu não minta nunca para poder dormir.
Ah
Devesse eu jamais atender aos apelos do íntimo...

Teus braços longos, coruscantes; teus cabelos de oleosa cor; tuas mãos musicalíssimas; teus pés que levam a dança prisioneira; teu corpo grave de graça instantânea; o modo com que olhas o âmago da vida; a tua paz, angústia paciente; o teu desejo irrevelado; o grande, o infinito inútil poético! tudo isso seria um sonho a sonhar no teu seio que é tão pequeno...

Ó, quem me dera não sonhar mais nunca
Nada ter de tristezas nem saudades
Ser apenas Moraes sem ser Vinicius!
Ah, pudesse eu jamais, me levantando
Espiar a janela sem paisagem
O céu sem tempo e o tempo sem memória!
Que hei de fazer de mim que sofro tudo
Anjo e demônio, angústias e alegrias
Que peco contra mim e contra Deus!
Às vezes me parece que me olhando
Ele dirá, do seu celeste abrigo:
Fui cruel por demais com esse menino...
No entanto, que outro olhar de piedade
Curará neste mundo as minhas chagas?
Sou fraco e forte, venço a vida: breve
Perco tudo; breve, não posso mais...
Oh, natureza humana, que desgraça!
Se soubesses que força, que loucura
São todos os teus gestos de pureza
Contra uma carne tão alucinada!
Se soubesses o impulso que te impele
Nestas quatro paredes de minha alma
Nem sei o que seria deste pobre
Que te arrasta sem dar um só gemido!
É muito triste se sofrer tão moço
Sabendo que não há nenhum remédio
E se tendo que ver a cada instante
Que é assim mesmo, que mais tarde passa
Que sorrir é questão de paciência
E que a aventura é que governa a vida
Ó ideal misérrimo, te quero:
Sentir-me apenas homem e não poeta!

E escuto... Poeta! triste Poeta!
Não, foi certamente o vento da manhã nas araucárias
Foi o vento... sossega, meu coração; às vezes o vento parece falar...
E escuto... Poeta! pobre Poeta!
Acalma-te, tranqüilidade minha... é um passarinho, só pode ser um passarinho
Eu nem me importo... e se não for um passarinho, há tantos lamentos nesta terra...
E escuto... Poeta! sórdido Poeta!
Oh angústia! desta vez... não foi a voz da montanha? Não foi o eco distante
Da minha própria voz inocente?
Choro.
Choro atrozmente, como os homens choram.
As lágrimas correm milhões de léguas no meu rosto que o pranto faz gigantesco.
Ó lágrimas, sois como borboletas dolorosas
Volitais dos meus olhos para os caminhos esquecidos…
Meu pai, minha mãe, socorrei-me!
Poetas, socorrei-me!
Penso que daqui a um minuto estarei sofrendo
Estarei puro, renovado, criança, fazendo desenhos perdidos no ar…
Venham me aconselhar, filósofos, pensadores
Venham me dizer o que é a vida, o que é o conhecimento, o que quer dizer a memória
Escritores russos, alemães, franceses, ingleses, noruegueses
Venham me dar idéias como antigamente, sentimentos como antigamente
Venham me fazer sentir sábio como antigamente!
Hoje me sinto despojado de tudo que não seja música
Poderia assoviar a idéia da morte, fazer uma sonata de toda a tristeza humana
Poderia apanhar todo o pensamento da vida e enforcá-lo na ponta de uma clave de Fá!

Minha Nossa Senhora, dai-me paciência
Meu Santo Antônio, dai-me muita paciência
Meu São Francisco de Assis, dai-me muitíssima paciência!
Se volto os olhos tenho vertigens
Sinto desejos estranhos de mulher grávida
Quero o pedaço de céu que vi há três anos, atrás de uma colina que só eu sei
Quero o perfume que senti não me lembro quando e que era entre sândalo e carne de seio.
Tanto passado me alucina
Tanta saudade me aniquila
Nas tardes, nas manhãs, nas noites da serra.
Meu Deus, que peito grande que eu tenho
Que braços fortes que eu tenho, que ventre esguio que eu tenho!
Para que um peito tão grande
Para que uns braços tão fortes
Para que um ventre tão esguio
Se todo meu ser sofre da solidão que tenho
Na necessidade que tenho de mil carícias constantes da amiga?
Por que eu caminhando
Eu pensando, eu me multiplicando, eu vivendo
Por que eu nos sentimentos alheios
E eu nos meus próprios sentimentos
Por que eu animal livre pastando nos campos
E príncipe tocando o meu alaúde entre as damas do senhor rei meu pai
Por que eu truão nas minhas tragédias
E Amadis de Gaula nas tragédias alheias?

Basta!
Basta, ou dai-me paciência!
Tenho tido muita delicadeza inútil
Tenho me sacrificado muito demais, um mundo de mulheres em excesso tem me vendido
Quero um pouso
Me sinto repelente, impeço os inocentes de me tocarem
Vivo entre as águas torvas da minha imaginação
Anjos, tangei sinos
O anacoreta quer a sua amada
Quer a sua amada vestida de noiva
Quer levá-la para a neblina do seu amor...

Mendelssohn, toca a tua marchinha inocente
Sorriam pajens, operárias curiosas
O poeta vai passar soberbo
Ao seu abraço uma criança fantástica derrama os óleos santos das últimas lágrimas
Ah, não me afogueis em flores, poemas meus, voltai aos livros
Não quero glórias, pompas, adeus!
Solness, voa para a montanha, meu amigo
Começa a construir uma torre bem alta, bem alta...

(in Antologia Poética. Poesia completa e prosa: "Intermédio elegíaco")
quarta-feira, 8 de julho de 2009
“Não existe investimento seguro. Amar é ser vulnerável... Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser expremido e possivelmente partido. Se quiser ter certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém... Evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife ou no caixão de seu egoísmo. Mas nesse esquife seguro, sombrio, imóvel, sufocante, ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai se tornar inquebrável, impenetrável, irredimível... O único lugar fora do céu onde você pode se manter perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno."
(CS Lewis)




“Não existe investimento seguro. Amar é ser vulnerável... Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser expremido e possivelmente partido. Se quiser ter certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém... Evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife ou no caixão de seu egoísmo. Mas nesse esquife seguro, sombrio, imóvel, sufocante, ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai se tornar inquebrável, impenetrável, irredimível... O único lugar fora do céu onde você pode se manter perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno." (CS Lewis)


"O que nós, humanos, fazemos aqui decisivamente afeta o cosmo. Creio nessas coisas, e de algum jeito continuo 'esquecendo-me' delas. Esqueço que minhas orações importam para Deus. Esqueço que estou ajudando meu próximo em seu destino eterno. Esqueço que as escolhas que faço hoje trazem alegria - ou tristeza - ao Senhor do Universo. Vivo num mundo de postes, telefones e máquinas de fax, e a realidade desse universo material tende a sobrepujar a minha fé num universo espiritual que paira sobre tudo. Olho para o céu limpidamente azul e não vejo nada. Subindo ao céu, Jesus assumiu o risco de ser esquecido." (O Jesus que eu nunca conheci - Philip Yancey)

Decisões.
Consequências.
Será que estou pronta para assumí-las, em sua integralidade?
Não sei.
(...)
Melhor: Sei que não estou.
Desta forma, evito. Não por mim mesma, mas por Aquele que me formou. Não posso decepcioná-lo, novamente...
Não posso, não quero, e não vou. Eu o Amo.
Sim. Jesus, eu te amo!
Por isso, preciso desesperadamente de uma nova rota a seguir.
(Quando a encontrarei?)

0 O Amor de Deus sobrepuja toda a dor

terça-feira, 7 de julho de 2009

Lendo "O Jesus que eu nunca conheci", de Philip Yancey, cheguei a uma espantosa e maravilhosa conclusão: O Amor de Deus sobrepuja toda a dor.
Tal fato é especialmente percebido quando penso na Cruz.
Nos dizeres de Yancey:

" Deus escolheu o caminho da fraqueza. A Cruz redefine Deus como aquele que estava pronto a abandonar o poder por amor do amor. Jesus se tornou, na frase de Dorothy Solle, 'o desarmamento unilateral de Deus'. O poder, não importa qual a sua boa intenção, tende a provocar sofrimento. O amor, sendo vulnerável, o absorve. Num ponto de convergência em uma colina chamada Calvário, Deus renunciou a um por causa do outro."

Bem, se eu pudesse, transcreveria aqui o livro todo, que tanto me fez refletir sobre o ''eu'' e Deus, e como isso muito me afeta.
Por inúmeras vezes, me pego pensando sobre a gritante realidade que é Jesus. Sobre o seu mui grande amor, que superou limites, rompendo todas as barreiras imagináveis e aquelas que não consigo vislumbrar...
Me irrito, quando percebo que por vezes me esqueço desse Amor.
Sim, eu esqueço.
Eu o faço, quando me torno tão fraca e vulnerável diante das adversidades. Quando estou só e triste, necessitando desesperadamente de um bjo, um abraço ou um colo amigo e não recorro a Ele.
Eu esqueço esse amor, que fez Jesus morrer por mim naquela cruz, quando tudo o que eu quero é fugir, ir rumo ao desconhecido, na busca vã de arrancar de mim toda a dor e frustração, que Ele já levou sobre si no Calvário.
Oh! Deus tenha misericórdia de mim! Pois sou tão falha e limitada... (Preciso crescer).
Entretanto, nos últimos dias, em tempos de dor, volto a enxergar com mais clareza a brilhante Estrela da Manhã.
Sinto, e quase posso tocar!
O Amor de Jesus demonstrado por mim, sobrepuja toda a dor. Um Amor que O levou a morrer por mim. Sim! Foi por mim! Porque Ele me amou! Aleluia!
É essa verdade que hoje, me faz sorrir. Me faz entender que Sua vontade é perfeita e agradável, e nada pode me separar desse Amor, nem mesmo a minha dor.
Ah! Eu sou do meu Amado e Ele é meu!