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0 Fazendo as pazes com meu passado

domingo, 12 de agosto de 2012
Palavra Adiada

Eu sempre quero lhe dizer a palavra certa
ou quem sabe, a que você mais espera,
no entanto ela fica presa e represa
e mais uma vez protelo o instante.

O que houve entre nós não foi um equívoco,
foi a moenda dos dias moendo o remôo da mó
que moía o nosso macerado trigo de cada dia,
esmagando nossos dois grãos exaustos da moagem.

E vendo seus gestos de remissão e esforço,
eu quero perdoar, mas não sei se posso,
porque antes de nada foi feito para preservar
dentro de mim o incenso de flor-de-laranjeiras.

Nada foi feito para alargar o leito
tão raso e tão cheio de peixes-seixos
por onde fluía o pequeno fio
de meu minguado rio interior.

Darcy França Denófrio in Amaro mar, 1988.



Boa tarde Blogueiros,

Domingo, dia dos Pais, dia de comemoração. Coisa boa.
Parabéns dados ao meu Pai, com direito a presente, almoço com a família reunida, etc e tal. Desejo igualmente muitas alegrias a todos os Pais desse Brasil tão vasto e lindo.

Parabéns Pais!

Destarte, o que me traz ao blog hoje não está ligado ao meu Pai, tampouco aos festejos do dia. Estou aqui para compartilhar com vcs uma situação, no mínimo, cabulosa e quem sabe, surpreendente.

Pois bem.

Para aqueles que já acompanham o blog há algum tempo, peço licença para fazer um "brief history" de 2010 até hoje:

Conheci alguém; me apaixonei; amei: 2010/2011; rompemos: março/2011; desespero, tristeza generalizada por meses a fio; terapia; viagens; atitudes impulsivas e desregradas; romance cinematográfico direto da Itália para o Brasil; perda de uma das pessoas mais amadas em toda minha vida, meu avôzinho; "alta" na terapia (saudades da linda Dra. Jolie): 2011; redescobrimento de mim; superação; equilíbrio emocional; novos propósitos de vida; alegria; paz: 2012.

Em 2012, acerca de dois/três meses, inicio o processo de coaching, e coloco um ponto final, de uma vez por todas, em qualquer vestígio pernicioso na minha vida; incluindo o antigo relacionamento e, por óbvio, o ex.
 
Vencidas todas essas etapas e voltando aos dizeres de um certo e-mail, enviado em meados de abril/2011, eis que decido: Agora sim, estou pronta.
 
Pronta pra quê?! Pra ter contato com a pessoa que desencadeou muitos dos acontecimentos relevantes em pelo menos, dois anos da minha vida.

Como isso aconteceu? Face; what's up; reencontro, como ele mesmo disse: cara a cara.
Sim queridos blogueiros, nos reencontramos.
Ontem. No "lugar de sempre", não é mesmo ex?! (Sim, ele está lendo; na verdade me questionou se seria motivo de um post novo e, atendendo a pedidos, é, rs).
 
O que eu quero dizer com isso tudo queridos é que fiz as pazes com meu passado.
Depois de um ano e meio, nos encontramos, conversamos, civilizadamente, como dois adultos, com emoções e ânimos acalmados.
 
O resultado disso tudo foi descobrir que a raiva, a ira, o amor contrariado e mal resolvido, a decepção, a tristeza, enfim, passa. Com o tempo, tudo passa e tudo toma a forma devida.
O amor existiu, para ambos; e acabou, também para ambos. Ele seguiu sua vida e eu, a minha.
 
Hoje, eu só tenho a agradecer; a Deus, por me fazer forte; a vida, por me tornar cada dia mais humana; a família, que me deu suporte; aos amigos, que não me deixaram sozinha um instante sequer; e a vc, ex, que apesar de todos (e não são poucos) os pesares, mudou a forma de eu ver o mundo e de encarar a minha própria existência.
 
Eu sou a soma dos momentos bons e maus, alegres e tristes, divertidos e raivosos; sou um conjunto de coisas, sentimentos, percepções e experiências. 
 
Eu sou "uma metamorfose ambulante"...

Bjo, bjo.

0 Saudade é não saber. Saudade é não querer saber.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
"A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.


Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Sauda...de do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."
 
(Martha Medeiros)

Então...
Se saudade é não saber, é não querer saber, bem, ela existe, mesmo sem querer.
Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! rs.
O que passou, passou. E é lá, no passado, que certas coisas devem ficar. Pra sempre.

Ah..! Deixo uma música que combina com o feriado e com meu coração hoje.
Esse carnaval me trouxe um presente, uma novidade, um sentimento novo e fresco. Tudo de bom! (LFM).

"Vem comemorar
Escandalizar ninguém
Vem me namorar,
Vou te namorar também
Vamos pra avenida
Desfilar a vida, carnavalizar"

(Marisa Monte)

Bjo bjo e bom final de carnaval galera do bem!