Assim seja

quinta-feira, 16 de junho de 2011
"Mesmo supondo que a proteção contra desilusões amorosas fosse nossa mais elevada sabedoria, será que Deus a oferece? Aparentemente, não. Em seu último momento, Cristo diz: "Por que me abandonastes?"

Não há saída pelo método sugerido por Santo Agostinho. Não existe investimento seguro. Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa, e seu coração certamente vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife - seguro, sombrio, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir - vai ser tornar indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa à tragédia, ou pelo menos ao risco de uma tragédia, é a condenação.

O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno." (C.S. Lewis em Os quatro Amores)
 Olá blogueiros,

Confesso que estou em pânico.
Sinto todos os meus poros abertos e gritantes, pedindo ajuda, socorro!
Por mais que eu diga que não, amo o ex e amo com todas as minhas forças.

Maldição!

Tudo o que fiz até agora foi lutar para esquecê-lo, pra arrancar esse amor de mim. Mas nem balada, nem bebidas, nem beijar outras pessoas, nem ficar em casa, nem trabalhar demais, blá blá blá, nada, nada me ajudou.  Estou nessa situação humilhante e precária há 3 meses e morro de ódio disso.

É uma miscelânia de sentimentos; amor, rejeição, dor, raiva, ódio, despeito, saudade, indignação, ciúme e dor e ódio e amor e rejeição e tudo de novo.

É um inferno. E se há um inferno aqui na Terra queridos, estou nele! E não suporto mais estar aqui. Só que não sei mais o que fazer pra mudar isso. Já fiz de tudo! Tudo! Se vc disser: Sara mas vc já tentou dar um tempo? - Sim, é o que tô fazendo. Vc já tentou um novo amor? - Não, não quero amar ninguém, mas já tentei me envolver com outras pessoas e tb não resolveu. E vc já procurou uma ajuda profissional, sei lá, um psicólogo? - Meu bem, tô na terapia há 2 meses. E por ae vai...

Tá certo que esse negócio de coração é muito instável. Tem dias que acordo maravilhosamente bem. Tem semanas que passo bem e é só alegria. Mas dias como hoje são um caos. Perco o raciocínio, a linearidade, o bom senso, a paz... e eu só quero paz. Só quero ser livre dessa prisão. Só quero que se desfaça esse laço maldito de alma. Quero ser EU, e EU somente, sem mais ninguém.

Talvez essa agonia, essa dor, angustia e nervoso decorra do excesso de trabalho, da proximidade da viagem (faltam 14 dias!), da tensão em casa, do bofe escândalo que tá na cola (um parênteses aqui - geeeeeeeeeeeeeente do céu! tem um bofão afim de mim! e eu preciso tanto de sensatez agora, não dá pra dispensar um segundo partido como esse, não dá!), enfim... Tem muita coisa acontecendo simultaneamente e minha cabeça simplesmente não consegue processar tudo com a rapidez e necessidade exigida.

Quando fico assim, a única coisa que me alivia é escrever. É gritar aqui no blog todo o mal que me assola, toda dor que me corrói, o luto que ainda não passou por inteiro.

Me desculpe pela confusão, pela oscilação constante das minhas emoções, se isso te chateia, vc pode imaginar como me sinto. Só espero alcançar o nível do Lewis em breve, ao escrever que:


"Não nos aproximamos de Deus procurando evitar sofrimentos intrínsecos a todos os amores, mas aceitando-os e oferecendo-os a ele, renunciando a toda a carapaça defensiva. Se nosso coração tiver de partir-se, e ele decidir que é desse modo que deve se partir, assim seja." 

Assim seja.

Bjo, bjo

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