Uma tangueira em formação!

sábado, 16 de abril de 2011
Boa tarde blogueiros!
Gostaria de compartilhar com vcs minha nova paixão: o Tango.
No início de 2010 comecei a fazer aulas de dança de salão. Em dezembro do mesmo ano fiz minha primeira apresentação! Dancei uma valsa vienense no baile da "Bela e a Fera". Foi inesquecível!

Hoje já danço um pouco de forró, bolero, soltinho e comecei a aprender o samba de gafieira! Mas quero falar mesmo é do tango.

Pois bem.

Namoro acabado e eu no fundo do poço. Só não sabia que encontraria uma mola propulsora pra me tirar de lá (ainda estou saindo...).

Fiz três coisas importantes e concomitantemente, das quais falarei em outra ocasião. Agora, só quero falar de uma das minhas decisões: voltar a dançar.

Voltei pra dança de salão na segunda quinzena de março/2011 e fui convidada a iniciar as aulas de tango. Topei na hora! É um grande desafio pra mim, algo extremamente motivador.

O casal que dá aulas é maravilhoso - Levi e Clarice! São pessoas que já tenho no meu coração. Como era esperado me aproximei muito deles e fui aprendendo além da prática, um pouco da história do tango.

O tango é a dança dos corpos entrelaçados. É um diálogo novo, a sedução feita movimento. O casal de baile roça os sapatos entre sensuais carícias, como se houvesse um romance entre os bailarinos. A primeira expressão precursora do que seria o tango, foi a incorporação nos bailes, do casal abraçado - e figuras coreográficas próprias dos bailes dos negros.

Nos bailes dos negros, marcando a coreografia do candombe, o som da pele do tambor deu-lhe o nome de tan-gó. De acordo com o musicólogo Ortiz Oderico, o nome tango é uma corruptela do nome Xangô, deus do trovão e das tempestades na mitologia dos Yorubás da Nigéria (África Ocidental), onde Xangô também era o nome do tambor usado nos rituais. Como afirma Jorge Luiz Borges, o tango é negro na raiz.

Segundo Horacio Ferrer, "com a Guardia Vieja há um empobrecimento da dança do tango. Com a ampla divulgação tirada de sua privativa condição de dança de la orilla, as figuras que a adornavam foram suavizando-se, empobrecendo ou perdendo-se paulatinamente. Do bailarino de bordel da Boca ao bailarino de cabaré há tanta diferença, como deste para o bailarino dos clubes atuais".

Em 1865, o ator canadense residente em Buenos Aires, German Mckay, parodiava seus gestos e linguagem, personificando comicamente o Negro Schicoba, na interpretação de canto e dança chamados tango.O compasso foi mudando com os anos, mas o ritmo da canção entoada por Mckay, cuja partitura ainda existe, fez do velho candombe a dança oficial dos negros; o Negro Schicoba, escrita em 2/4, mostrava, em seus compassos de "habanera", certos traços do que viria a constituir-se o som e a estrutura musical do tango.

No passado eram populares várias espécies de tango: o "tango andaluz" (1855-1880), o "tango cubano" e outras variedades. Os conhecidos como "tangos africanos" eram interpretados pelos artistas das companhias espanholas que atuavam na cidade e entravam em cena caracterizados de negros, como fazia Mckay e outros atores americanos.

Em público, dançavam homens com homens. Naqueles tempos era considerada obscena a dança entre homens e mulheres abraçados, sendo este um dos aspectos do tango que o manteve circunscrito aos bordéis, onde os homens utilizavam os passos que praticavam e criavam entre si nas horas de lazer mais familiar.



O tango como é hoje conhecido era dançado nos bailes do sub-mundo, que aconteciam na periferia e arrabaldes de Buenos Aires: Corrales Viejos (hoje conhecido como Parque Patricio); Bateria (hoje, Retiro), Santa Lucia, em Barracas al Sur (hoje Avellaneda) e em Recoleta, onde hoje existe o aristocrático parque com o mesmo nome. Os personagens dos arrabaldes eram compadres, malandros e arruaceiros e o cenário eram as casas de danças e bordéis baratos.

É aí onde começa a tragetória do tango e a primeira etapa de sua identidade musical acontece quando é criada sua orquestra típica "criolla". Do contato com os bordéis, aparece uma série de títulos com duplo sentido: "El Choclo", "La Flauta de Bartolo", "La Cara de la Luna", "La Budinera", "Dame la Lata", "Che", "Sacame el Molde", etc.

Esse ambiente fez com que o tango fosse uma música proibida. Não só pelos personagens e lugares onde era executado, mas também pela maneira como os pares dançavam, tão agarrados, dando-lhe um caráter erótico e carnal difícil de se disfarçar. Carlos Vega, estudioso da dança universal, expressava, num artigo publicado em 1954 no Jornal La Prensa: ""dançar tango é algo grave e profundo; quando se dança não se ri".

Existem numerosos estilos atualmente, como por exemplo o Tango Argentino, o Tango de Salão (Estilo americano e internacional), o Tango Finlandés, o Tango Chinês, entre outros. O Tango Argentino é considerado como sendo o “autêntico” tango, já que é o mais parecido com o que se dançou originalmente em Buenos Aires, Argentina.

Tenho me empenhado muito nas aulas de tango e confesso que saio de lá exausta. É uma dança que exige muita postura, mescla o movimento, equilíbrio, respiração e sedução. Executar passos é o menor dos problemas... rs. Chegar até essa fase e realizar isso com leveza, harmonia e beleza que é difícil, rs. É incrível e tem me feito muito bem! Bem pra alma...

Deixo com vcs o vídeo que me motivou a procurar uma academia de dança. É um tango dançado por Antônio Banderas e Katya Virshila, extraído do filme Vem Dançar. A música tema é do Gotan Project, um grupo que toca eletrotango (tem um link aqui no blog sobre eles - eu adoro!). Vale muito a pena assistir não só o vídeo, mas todo o filme!



Espero que vc tb se empolgue com o tango e assim como eu, procure uma academia pra aprender a dançar, porque é bom demais!!!!!

Mil beijos dessa blogueira-tangueira em formação! =)

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