“Mas não sei se tenho muita escolha. Procurei freneticamente o contentamento durante tantos anos, de tantas maneiras, e todas essas aquisições e realizações - elas no fim acabam com a sua energia. Se você correr atrás da vida com sofreguidão demais, ela leva à morte.
O tempo - quando perseguido como um bandido - se comporta como um bandido; está sempre uma fronteira ou uma sala na sua frente, mudando de nome e de cor de cabelo para enganar você, saindo pela porta dos fundos do hotel no mesmo instante em que você chega ao lobby com seu mais recente mandado de busca, deixando apenas um cigarro aceso no cinzeiro como provocação. Em determinado momento, você precisa parar, porque ele não vai parar. Você precisa reconhecer que não vai pegá-lo. Que a idéia não é pegá-lo. Em determinado momento, como Richard não pára de me repetir, você precisa relaxar, ficar sentado e deixar o contentamento vir até você.
Relaxar, obviamente, é uma empreitada assustadora para aqueles de nós que acreditam que o mundo só gira porque tem uma alavanca em cima que nós mesmos giramos e que, se largássemos essa alavanca por um instante que fosse, bem — seria o fim do universo. Mas tente largar, Sacolão. Essa é a mensagem que estou recebendo. Fique sentada bem quietinha agora e ponha um fim à sua participação incessante. Veja o que acontece. No final das contas, os pássaros não despencam mortos do céu no meio do vôo. As árvores não murcham nem morrem, os rios não se enchem de sangue rubro. A vida continua. Até mesmo o serviço de correio italiano prossegue na sua marcha trôpega, tocando sua vida sem você — o que lhe dá tanta certeza de que o seu microgerenciamento de cada instante deste mundo é tão essencial? Por que você não esquece isso?
Ouço essa argumentação e ela me atrai. Intelectualmente, acredito nela. Acredito mesmo. Mas, em seguida, eu me pergunto - com todo meu afã incansável, com todo meu fervor exaltado e com toda essa minha natureza estupidamente faminta: o que devo fazer com minha energia, então? A resposta também chega: Procure Deus, sugere minha Guru. Procure Deus como um homem com a cabeça em chamas procura por água.”
(Mais um trecho do livro "Comer, rezar, amar" de Elizabeth Gilbert)
Boa noite Blogueiros queridos,
Segunda-feira, 26/12: mais uma, dentre tantas datas marcantes no ano de 2011.
Hoje minha terapia teve fim.
Como me perguntaram mais cedo: "vc teve alta?"
- Sim, respondi. Eu tive. Rsrsrs.
Confesso que estou e, contraditoriamente não estou, feliz com isso.
Me acostumei, me apeguei, aprendi a amar, de fato, a querida e maravilhosa Dra. Jolie - minha psico, o anjo que Deus colocou no meu caminho para me auxiliar nessa travessia tortuosa e surpreendente.
Nesses 9 meses de terapia pude aprender a enxergar a vida, a minha própria vida, com outros olhos.
Hoje, no encerramento desse processo analítico de auto-conhecimento, de valorização do "eu", de redescoberta de "quem sou", consegui elaborar e reconhecer pontos importantes e específicos dessa trajetória.
Ao contrário do que proferia aos quatro ventos, minha vida em 2011 não foi um caos. Claro, tive muitos altos e baixos, momentos de dor e sofrimento atroz, porém, também experimentei e vivenciei o sentimento de alegria e júbilo únicos.
Quis compartilhar esse texto com vocês porquanto me vejo refletida nele.
Em 2011, talvez, mais do que nunca, busquei freneticamente o contentamento, de várias maneiras, em inúmeros lugares e em muitas pessoas... contudo, todas essas aquisições e realizações, no fim, acabaram com minha energia.
Chego ao final desse ano estafada, exausta, sobrecarregada, mas em PAZ, comigo e com Deus.
Paz!
Quanto tempo eu a procurei, sem saber que estava todo o tempo ao alcance das minhas mãos...
E não somente a paz, mas a calmaria, o contentamento, o bem estar de se encontrar próximo, protegido e amado por aquele que nunca nos deixa sós.
Deus.
Não dá para maximizar constantemente os problemas.
Não dá para ver a vida de forma tão pessimista e sem esperança.
Não dá para se perder no sentimento de auto-comiseração e afundar, junto dele.
Não dá para fechar os olhos para tanta coisa boa que aconteceu e que continuará acontecendo.
Não dá para desprezar as chances de viver algo novo, pelo simples fato de temer o sofrimento outra vez.
Não dá para deixar de sorrir, sonhar, desejar, crer numa vida melhor.
Não dá pra parar no tempo.
O tempo não para, já cantava Cazuza, e eu, vou avançar. Ou melhor, continuarei.
Mais um ano que se encerra; muitas coisas ficarão para trás, outras para trás já ficaram.
2012 está às portas, como vc irá encará-lo?
Eu, por minha vez, vou de peito aberto, sorriso maroto no rosto e a esperança calcada aos pés do meu Amor Maior...
Jesus.
Bjo, bjo!
antes de tudo
Há um mês
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