"Nunca amamos ninguém.
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.
É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isso é verdade em toda a escala do amor.
No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa."
(Fernando Pessoa)
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.
É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isso é verdade em toda a escala do amor.
No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa."
(Fernando Pessoa)
Boa tarde blogueiros,
Aviso desde já que o post será longo, portanto, se estiver cansado, sem paciência ou se está aqui 'só de bobeira' não leia ok?!
Agora, se vc está afim de se perder (como eu ainda me sinto), se indagar, tentar entender, fique bem a vontade. Espreguiçe, se ajeite na cadeira, no sofá ou na cama, ou aonde quer que esteja e me ajude. Me ajude a compreender o que sinto.
Pois bem. Murph gosta de me sacanear. Sempre. E em um sábado a noite não poderia ser diferente, claro.
Pra quem acompanha o blog, sabe muito bem da atual conjectura do meu universo particular.
A garota que vos escreve está solteira, em um processo intenso e punk de renovação pessoal, utilizando-se de vários artifícios para alcançar com máxima brevidade o resultado pretendido: SER FELIZ OUTRA VEZ.
Utópico não é mesmo!? rs.
Maaaaas, voltando ao Murph, eis que pela 3ª semana consecutiva me dirijo a Sedna (uma boate super badalada da cidade), num sábado a noite, pra curtir o som do DEXTERZ e óbvio, ver o gatinho do Junior Lima tocar (sim sim, sou da época em que tds as garotas do país eram fãs da duplinha meio brega e fofa Sandy & Junior, e dai?! rs).
Porém, como tenho saído praticamente o mês todo, estou com os pés destruídos pelo salto alto. Foi então que tive a estúpida ideia de dar uma pausa em todo o glamour e aderir ao visual "despojado e relax" (grande besteira), com direito a vestidinho clean, rasteira (super estilosa - é verdade, mas ainda assim é uma rasteira) e acessórios básicos; ontem estava tudo muito básico mesmo, enfim...
Chego lá e dou de cara com o ex* (elogios retirados), abraçado com a garota* (elogios retirados) que de tanto infernizar o namoro acabou conseguindo o que queria: ele de novo (confirmação das minhas suspeitas. Droga.).
Pânico. Total.
Fiquei naquela: vou embora ou fico aqui? fujo ou enfrento? sofro ou me escondo?
Fiquei. Enfrentei. Sofri. Enxerguei.
Ontem, pela primeira vez, passado mais de ano de convivência, enxerguei o falecido REAL, sem máscaras, desnudo da ilusão criada por mim, e foi um choque.
Só agora entendo por que F. Pessoa escreveu: "Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém."
É isso mesmo mon chèr.
Eu NUNCA amei o cara que encontrei ontem na balada. NUNCA.
É IMPOSSÍVEL amar o cara de ontem. É IMPOSSÍVEL amar o falecido REAL. Ele causa repulsa, desprezo e nojo. É um lixo ambulante. Aquele quem foi dono do meu coração e de tudo o mais é outra pessoa. É o falecido que eu inventei, mas que não existe. Nunca existiu e nunca existirá.
Saber disso é doloroso e também é libertador. Quão aliviante é a sensação que tenho hoje. Tenho o coração anestesiado, ferido e magoado - é verdade, mas com o sangue estancado.
Acordei tentando entender tudo o que aconteceu ontem. Faço as seguintes ponderações:
1. "Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém."
2. Nunca, mas nunca mesmo amei o falecido real. Amei uma ilusão. Uma fantasia criada por mim e mantida pelo ex* (elogios retirados).
3. Nós nunca conhecemos o outro. Nunca. O ser humano consegue sempre surpreender; mentindo, enganando, mutilando, sem se importar com a dor e devastidão causada, afinal, ele só se importa com o próprio umbigo* (elogios retirados).
Assim como a terapia, não entendo muito bem o que isso representa ou como me modificará e ajudará agora. Por mais que eu tente entender, tenho apenas impressões, pensamentos confusos e emoções à flor da pele. Mas de uma coisa estou certa, me fará bem, muito bem...
Bjo, bjo